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07 janeiro, 2014

As medidas da felicidade

Wadi Rum(Vale da Lua), Jordânia

Questão 922 de O Livro dos Espíritos _________A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos?
Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.


Vivemos num mundo de relatividade, condicionados pelo ambiente em que nos situamos, o que determina que cada indivíduo tenha suas próprias ideias quanto ao mínimo necessário à felicidade. Um executivo com rendimento mensal de duzentos salários mínimos, aplicados inteiramente em favor de seus caprichos e diversões, conforto e bem-estar, sentir-se-á o mais infeliz dos mortais se reduzido à décima parte desse valor. Já o operário de salário-mínimo sentir-se-á no paraíso se receber dez vezes mais ─ uma fortuna para ele.
 

Portanto, sem recorrer a cifras, podemos considerar que o mínimo necessário à felicidade, sob o ponto de vista material, é desfrutar do essencial à existência, relacionado com alimentação, habitação, educação e saúde. Aqui deparamos com o primeiro entrave à felicidade na Terra, porquanto populações imensas sofrem perturbadora carência desses recursos.
 

Se não nos enquadramos nessa população sofredora não há porque nos sentirmos infelizes, a não ser que cultivemos vaidades e ambições. Há muita gente angustiada e até desajustada porque não pode ter o palacete de seus sonhos, “aquele” automóvel, o incrementado aparelho de som, o sofisticado guarda-roupa ou porque não pode realizar a desejada viagem. Muita gente que viveria bem melhor se cuidasse de assuntos mais importantes.
 

Seremos felizes, materialmente, se nos contentarmos com o necessário para viver, superando as pressões da sociedade de consumo que, com seu incrível agente ─ a propaganda ─ induz-nos a desejar o supérfluo e a consumir até mesmo o que é nocivo.
 

Se nos contentarmos com o necessário teremos condições para tratar de assuntos mais importantes, como a felicidade em plenitude, que é uma edificação interior, uma espécie de conquista moral. Seremos felizes em nosso universo interior se tivermos a consciência tranquila e a fé no futuro.
 

Aqui o assunto começa a ficar complicado... Será que temos feito o que é absolutamente certo, justo, verdadeiro? Temos respeitado integralmente o semelhante? Temos contido nossos impulsos inferiores? Temos trabalhado pela paz, onde estamos? Temos contribuído para a harmonia no lar? Tudo isso e muito mais é necessário para que tenhamos tranquilidade de consciência.
 

Raros se furtam a dias aflitivos de angústia, em que sentem um imenso vazio em suas almas, mente tortura¬da por ideias infelizes.
Uma análise retrospectiva dirá que esse estado de¬pressivo se originou de uma má palavra, de um comportamento vicioso e irresponsável, de uma atitude agressiva, de um gesto impensado ─ tudo isso passível de ferir nossa consciência, precipitando-nos no desajuste.
 

Consideremos o mais importante: Se há milhões de pessoas que não dispõem do mínimo necessário à existência, muitas delas em nossa cidade, podemos proclamar que temos a consciência em paz sem estar tentando algo em seu benefício?
Afinal, admitindo que Deus é nosso pai, somos todos irmãos! E o mais elementar dever de fraternidade impõe que o irmão melhor situado ampare o irmão em penúria. Que diríamos de alguém que edificasse confortável residência num oásis, em pleno deserto, cercando-a de altos muros e se negando sistematicamente a socorrer os viajores cansados e sedentos que passam lá fora?
É exatamente isso que fazem os homens em sua maioria: preocupam-se com o oásis. Esquecem-se de seus irmãos...
 

Não nos iludamos. O Espiritismo é suficientemente claro ao demonstrar que a angústia existencial que aflige muita gente, que tem tudo para ser feliz, sustenta-se na criminosa indiferença, na deliberada surdez aos apelos da própria consciência, que pergunta, insistente: O que está você fazendo em beneficio de seus irmãos? 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

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