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29 agosto, 2011

Medicação preventiva


Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado.

* Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente.

* Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo.

* Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos.

* Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes.

* Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação.

* Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por desassombro, muita vez é loucura.

* Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico.

* Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos.

* Atenda à afabilidade e à doçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis.
 Livro: Agenda Cristã
Espírito: André Luiz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Mensagem Nr. 11

28 agosto, 2011

Oração I


Sérgio Felipe de Oliveira é um psiquiatra brasileiro, mestre em Ciências pela USP (Universidade de São Paulo) e destacado pesquisador na área da Psicobiofísica. A sua pesquisa reúne conceitos de Psicologia, de Física, de Biologia e do Espiritismo.
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

O repolho e a rosa

  "Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."



27 agosto, 2011

A paciência



O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar…
A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência.
Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados… Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma ‘lady’ solta palavrões e berros que lembram as antigas ‘trabalhadoras do cais’
E o bem comportado executivo? O ‘cavalheiro’ se transforma numa ‘besta selvagem’ no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar…
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma ‘mala sem alça’.
Aquela velha amiga uma ‘alça sem mala’, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformada…
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é ‘ansioso demais’ onde ele quer chegar?
Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire… Acalme-se…
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência…
Por Vivi Lima
 "Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

Os dois destinos


Num berçário de um pequeno hospital do interior; duas crianças recém-nascidas estavam uma ao lado da outra.
Sendo que um deles tinha pais, que bem posicionados na vida, social e financeiramente, e sendo ele o primeiro filho era muito esperado. Irá morar em uma casa grande, terá um quarto decorado, os melhores médicos, babás, as melhores escolas para no futuro, ser doutor...
Enquanto isso ao seu lado uma outra criança em que o pai de roupas humildes, barba por fazer e com um forte aroma de alcoólico, num misto de tristeza e raiva, desabafou que não sabia o que seria dele, seu quinto filho, os outros mais velhos já andavam pelas ruas, buscando o próprio sustento na mendicância ou nos pequenos furtos.
ÍNDIA
Deus, que justiça é essa, que faz com que dois seres filhos teus que vieram ao mundo praticamente juntos, tenham destinos tão diferentes?”
Cada um renasce no meio mais apropriado ao seu desenvolvimento intelectual, moral e espiritual. Como disse Jesus “A cada um segundo suas obras” ou seja, Lei de Causa e Efeito.
Quanto àquelas crianças, ninguém pode prever o futuro. Talvez o filho rico, apesar de todas as boas oportunidades que tiver, faça más escolhas e tenha uma reencarnação sem proveito. O outro, em situação difícil, pode aproveitar e crescer intelectualmente e moralmente. Dependendo da maneira como cada um encarar suas provas e expiações, utilizando o livre-arbítrio, em uma posterior reencarnação as situações de nascimento podem ser opostas ou diferentes. Luís Roberto Scholl

21 agosto, 2011

A estrada da vida

Paris, França

A questão da pluralidade das existências há muito tempo preocupa os filósofos, e mais de um viu, na anterioridade da alma, a única solução possível dos problemas mais importantes da psicologia; sem esse princípio, encontram-se parados a cada passo e acolhidos num impasse de onde não puderam sair senão com a ajuda da pluralidade das existências.

A maior objeção que se possa fazer a essa teoria é a ausência da lembrança das existências anteriores. Com efeito, uma sucessão de existências inconscientes umas das outras; deixar um corpo para retomar  logo um outro sem a memória do passado, equivaleria ao nada, porque isso seria o nada do pensamento; isso seria tantos pontos de partida novos, sem ligação com os precedentes; isso seria uma ruptura incessante de todas as afeições que fazem o encanto da vida presente e a esperança mais doce e mais consoladora do futuro; isso seria, enfim, a negação de toda responsabilidade moral. Semelhante doutrina seria tão inadmissível e tão incompatível com a justiça de Deus, quanto aquela de uma só existência com a perspectiva de uma eternidade absoluta de penas para faltas temporárias. Compreende-se, pois, que aqueles que formam semelhante idéia da reencarnação a repilam, mas não é assim que o Espiritismo no-la apresenta.

A existência espiritual da alma, nos diz ele, é sua existência normal, com lembrança retrospectiva indefinida; as existências corpóreas não são senão intervalos, curtas estações na existência espiritual, e a soma de todas essas estações não é senão uma parte mínima da existência normal, absolutamente como se, numa viagem de vários anos, se parasse de tempos em tempos durante algumas horas. Se, durante as existências corpóreas, parece nela haver solução de continuidade pela ausência da lembrança, a ligação se estabelece durante a vida espiritual, que não tem interrupção; a solução de continuidade não existe, em realidade, senão para a vida corpórea exterior e de relação; e aqui a ausência da lembrança prova a sabedoria da Providência que não quis que o homem fosse muito desviado da vida real, onde tem deveres a cumprir; mas, no estado de repouso do corpo, no sono, a alma retoma em parte o seu vôo, e aí se restabelece a cadeia interrompida somente durante a vigília.

A isso se pode ainda fazer uma objeção e perguntar que proveito se pode tirar de suas existências anteriores para a sua melhoria, se não se lembra das faltas que se cometeu. O Espiritismo responde primeiro que a lembrança de existências infelizes, juntando-se às misérias da vida presente, tornaria esta ainda mais penosa,; é, pois, um acréscimo de sofrimentos que Deus quis nos poupar; sem isso, frequentemente, quanto não seria nossa humilhação pensando no que fomos! Quanto ao nosso adiantamento, essa lembrança é inútil. 

Durante cada existência, damos alguns passos adiante; adquirimos algumas qualidades e nos despojamos de algumas imperfeições; cada uma delas é, assim, um novo ponto de partida, em que somos o que nos houvermos feitos, em que nos tomamos por aquilo que somos, sem ter que nos inquietarmos com aquilo que fomos. Se, numa existência anterior, fomos antropófagos, o que isso nos faz se não o somos mais? Se tivemos um defeito qualquer do qual não resta mais os traços, é uma conta liquidada, com a qual não temos nada a nos preocupar. Suponhamos, ao contrário, uma falta da qual não se corrigiu senão a metade, o saldo se reencontrará na vida seguinte e é em corrigi-lo que é preciso se fixar. Tomemos um exemplo: um homem foi assassino e ladrão; disso foi punido, seja na vida corpórea, seja na vida espiritual; arrepende-se e se corrige da primeira tendência, mas não da segunda; na existência seguinte, ele não será senão ladrão; talvez grande ladrão, mas não mais assassino; ainda um passo adiante e ele não será senão pequeno ladrão; um pouco mais tarde, não roubará mais, mas poderá ter a veleidade de roubar, que sua consciência neutralizará; depois um último esforço, e, todo traço da doença moral tendo desaparecido, será um modelo de probidade. Que lhe faz então o que foi? A lembrança de ter morrido no patíbulo não seria uma tortura, uma humilhação perpétua? Aplicai este raciocínio a todos os vícios, a todas as manias, e podereis ver como a alma se melhora passando e repassando pela estamenha da encarnação. 

Deus não é mais justo por ter tornado o homem árbitro de sua própria sorte pelos esforços que pode fazer para se melhorar, do que ter feito a sua alma nascer ao mesmo tempo que seu corpo, e de condená-la a tormentos perpétuos por erros passageiros, sem dar-lhe os meios de se purificar de suas imperfeições? Pela pluralidade das existências, seu futuro está em suas mãos; se leva muito tempo para se melhorar, disso sofre as conseqüências; é a suprema justiça; mas a esperança jamais lhe é obstruída.

A comparação seguinte pode ajudar a fazer compreender as peripécias da vida da alma.
Suponhamos uma longa estrada, sobre o percurso da qual se encontram, de distância em distância, mas em intervalos desiguais, florestas que é preciso atravessar; à entrada de cada floresta, a estrada larga e bela é interrompida e não retoma senão na saída. Um viajante segue essa estrada e entra na primeira floresta; mas lá, não mais vereda batida; um dédalo inextricável no meio do qual se perde; a claridade do Sol desapareceu sob o espesso maciço das árvores; ele erra sem saber para onde vai; enfim, depois de fadigas extraordinárias chega aos confins da floresta, mas abatido de fadiga, rasgado pelos espinhos, machucado pelos calhaus. Lá, reencontra a estrada e a luz, e prossegue seu caminho, procurando se curar de suas feridas.

Mais longe, encontra uma segunda floresta, onde o esperam as mesmas dificuldades; mas já tem um pouco de experiência e dela sai menos contundido. Numa, encontra um lenhador que lhe indica a direção que deve seguir e impede-o de se perder. A cada nova travessia a sua habilidade aumenta, se bem que os obstáculos são mais e mais facilmente superados; seguro de reencontrar a bela estrada na saída, essa confiança o sustenta; depois sabe se orientar para encontrá-la mais facilmente. A estrada termina no cume de uma montanha muita alta, de onde avista todo o percurso desde o ponto de partida; vê também as diferentes florestas que atravessou e se lembra das vicissitudes que experimentou, mas essa lembrança nada tem de penosa, porque alcançou o objetivo; é como o velho soldado que, na calma do lar doméstico, se lembra das batalhas às quais assistiu. Essas florestas disseminadas sobre a estrada são para ele como pontos negros sobre uma condecoração branca; ele diz a si mesmo: “Quando estava nessas florestas, nas primeiras sobretudo, como me pareciam longas para atravessar! Parecia-me que não chegaria mais ao fim; tudo me parecia gigantesco e intransponível ao meu redor. E quando penso que, sem esse bravo lenhador que me recolocou no bom caminho, talvez estaria ali ainda! Agora que considero essas mesmas florestas, do ponto de vista onde estou, como me parecem pequenas! Parece-me que, com um passo, teria podido transpô-las; bem mais, a minha vista as penetra e nelas distingo os menores detalhes; vejo até as faltas que cometi.”
Então, um velho diz: - Meu filho, eis-te no fim da viagem, mas um repouso indefinido te causaria logo um tédio mortal, e ficarias a lamentar as vicissitudes que experimentaste e que deram atividade aos teus membros e ao teu Espírito. Vês daqui um grande número de viajores sobre a estrada que percorreste, e que, como tu, correm risco de se perder no caminho; tens a experiência, não temes mais nada; vai ao seu encontro e, pelos teus conselhos, trata de guiá-los, a fim de que cheguem mais cedo.
 -Vou com alegria, redargue nosso homem; mas, ajuntou, por que não há uma estrada direta do ponto de partida até aqui? Isso pouparia, aos viajantes, passar por essas abomináveis florestas.

 -Meu filho, replica o velho, olha bem nelas e verás que muitos evitam um certo número delas; são aqueles que, tendo adquirido mais cedo a experiência necessária, sabem tomar um caminho mais direto e mais curto para chegar; mas essa experiência é o fruto do trabalho que as primeiras travessias necessitaram, de tal sorte que não chegam aqui senão em razão de seu mérito. Que saberias, tu mesmo, se por ali não tivesses passado? A atividade que deveste desdobrar, os recursos de imaginação que te foram necessários para te traçar um caminho, aumentaram os teus conhecimentos e desenvolveram a tua inteligência; sem isso, serias novato como em tua partida. E depois, procurando tirar-te dos embaraços, tu mesmo contribuíste para a melhoria das florestas que atravessaste; o que fizeste é pouca coisa, imperceptível; mas pensa nos milhares de viajores que o fazem também, e que, trabalhando todos para eles, trabalham, sem disso desconfiarem, para o bem comum. Não é justo que recebam o salário de seu trabalho pelo repouso do qual gozam aqui? Que direito teriam a este repouso se nada tivessem feito?
- Meu pai, diz o viajor, numa dessas florestas, encontrei um homem que me disse: “Sobre a borda há um imenso abismo que é preciso transpor de um salto; mas, sobre mil, apenas um consegue; todos os outros lhe caem no fundo, numa fornalha ardente e estão perdidos sem retorno. Esse abismo eu nunca vi.”

- Meu filho, é que não existe, de outro modo isso seria uma armadilha abominável estendida a todos os viajores que viessem em minha casa. Eu bem sei que lhes é preciso superar as dificuldades, mas sei também que, cedo ou tarde, as superarão; se tivesse criado impossibilidades para um único, sabendo que deveria sucumbir, teria sido cruel, e com mais forte razão se o fizera para o grande número. Esse abismo é uma alegoria da qual vais ver a explicação. Olha sobre a estrada, nos intervalos das florestas; entre os viajantes,  vês os que caminham lentamente, com um ar feliz, vês esses amigos que se perderam de vista nos labirintos da floresta, como estão felizes em se reencontrarem na saída; mas, ao lado deles, há outros que se arrastam penosamente; são estropiados e imploram a piedade dos que passam, porque sofrem cruelmente das feridas que, por sua falta, fizeram a si mesmos através das sarças; mas disso se curarão, e isso será, para eles, uma lição da qual aproveitarão na nova floresta que terão que atravessar, e de onde sairão menos machucados. O abismo é a figura dos males que sofrem, e dizendo que sobre mil só um o transpõe, esse homem teve razão, porque o número dos impudentes é muito grande; mas errou dizendo que, uma vez caído dentro, dele não se sai mais; há sempre uma saída para chegar a mim. Vai, meu filho, vai mostrar essa saída àqueles que estão no fundo do abismo; vai sustentar os feridos da estrada e mostrar o caminho àqueles que atravessam as florestas.

A estrada é a figura da vida espiritual da alma, sobre o percurso da qual se é mais ou menos feliz; as florestas são as existências corpóreas, onde se trabalha para o seu adiantamento, ao mesmo tempo que para a obra geral; o viajor que chega ao objetivo e que retorna para ajudar aqueles que estão atrasados, é a dos anjos guardiões, missionários de Deus, que encontram a sua felicidade em seu objetivo, mas também na atividade que desdobram para fazerem o bem e obedecerem ao supremo Senhor. 
 "Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."
Allan Kardec, Obras Póstumas

18 agosto, 2011

Dominar e Falar

Pintura - César Prada, Conversa no Mercado


 Dominas o fogo, escravizando-o à lida caseira.

Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.

Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de serviço.

Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.

Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.

Diriges tratores pesados, transfigurando a face da gleba.

Submetes a eletricidade e glorificas a civilização.

Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.

Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a fisionomia do mundo.

Controlas a velocidade e inicias vigorosa excursão para além do planeta.

Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito distante da educação.

Com ele, forjamos guerras.
Libertamos instintos inferiores.
Destruímos lares.
Empestamos vidas alheias.
Envilecemos o caminhos dos outros.
Corrompemos o próximo.
Revolvemos o lixo moral da Terra.
Veiculamos o pessimismo.
Criamos infinitos problemas.
Injuriamos.
Criticamos.
Caluniamos.
Deprimimos.

Esse órgão minúsculo é a língua-lâmina pequenina, embainhada na boca.

Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!...

Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!

E alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a
Deus nos inspire sempre a dizer isso ou aquilo com o próprio Jesus desejaria ter dito.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Religião dos Espíritos, Médium: Francisco Cândido Xavier
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."


17 agosto, 2011

Imagine fazer uma prece você mesmo



Imagine poder conversar consigo mesmo de uma forma suave, profunda, definitiva.
Quem sabe você poderia dizer assim:
“Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos. Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm, e não a inveja que prepotentemente penso que têm.
Escutar com meus ouvidos atentos, e minha boa estática, as palavras que se fazem gestos, e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim, e por mim e comigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis.
Aqueles que morrem e ressuscitam, a cada novo fruto, a cada nova flor, a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia.
Foto - Alvaro Vilela
Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos, do impossível, da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental.
Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas, desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos, fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamento.
E que meu choro não seja em vão, e que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo. Que eu não tenha medo de meus medos!
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis, e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu faça de mim uma pessoa serena, dentro de minha própria turbulência.
Humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas...
Que eu possa ensinar o pouco que sei, e aprender o muito que não sei.
Traduzir o que os mestres ensinaram, e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências.
Respeitar incondicionalmente o ser. O ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência.
Auxiliar a solidão de quem chegou. Render-me ao motivo de quem partiu. E aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar e ser amado. Que eu possa amar mesmo sem ser amado.
Fazer gentilezas quando recebo carinho. Fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só”.
* * *
Quanto são importantes os momentos a sós conosco mesmo.
O exercício de se questionar, de conversar consigo, de se conhecer, é grande instrumento de evolução de que dispomos.
Na turbulência dos dias que não param, das muitas atividades e preocupações, esses momentos de meditação, de autoconvívio, irão determinar a saúde de nossa alma.
Muitos se perdem de si mesmos neste turbilhão ameaçador, e dificilmente se encontram a tempo.
Os que escolhem o caminho da meditação, da auto-análise, do autoconhecimento, adoecem menos e vivem mais – vida em abundância...
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."
Redação do Momento Espírita com base no texto de Oswaldo Antônio Begiato

15 agosto, 2011

Ensinando a cooperar

LEARN from Rick Mereki on Vimeo.



Na nobre tarefa de educar os filhos, é muito comum vermos os pais pouparem as crianças e jovens de colaboração na manutenção da organização e limpeza do lar. 
Não nos passará pela mente, em realidade, que os pequenos ou jovens devam, quando não houver necessidade, ser postos para que realizem trabalhos pesados, que lhes absorvam as horas de estudo e aprimoramento de si mesmos. 
Invocamos as possibilidades de aprenderem a arte de auxiliar, de prestar colaboração, o que, a cada dia, se torna mais raro. 
São muitas as mães que se transformam em serviçais de seus filhos, não para que cresçam, mas, para que se encharquem nos caldos de terrível egoísmo, sem que aprendam, nos dons do amor, a se fazerem úteis. 
Onde o problema de ensinar-se aos pequenos a esticar a cama donde se levantaram? 
Onde a dificuldade de fazer-lhes atender a essa ou àquela pequena higiene doméstica? 
Onde a impossibilidade de que aprendam a pregar um botão ou costurar uma bainha? 
Como ignorar que é importante para os jovens lavar ou passar uma peça do vestuário, para si ou para alguém que precise? 
Por que tanto constrangimento em ensinar ao jovem, rapaz ou moça, a passar um café ou preparar um arroz, considerando-se a honra da cooperação fraterna? 
Identificamos muitos filhos que se tornaram incapazes pelos caminhos, em razão da displicência ou descaso dos que lhes deviam educação. 
Não os deveremos preparar para os tempos de facilidade e abastança, mas para os dias de necessidade e carência, de modo que a incapacidade não os mutile, desnecessariamente. 
                                        * * * 
Pensemos na educação que estamos oferecendo aos nossos filhos, em como os devemos educar para o mundo. 
O lar é a primeira escola. É onde serão aprendidos todos os valores. 
Da mesma forma que nos esmeramos para oferecer a melhor educação escolar aos nossos filhos, lembremos de ofertar-lhes a educação cristã, plantando neles a semente da cooperação. 
Os membros de uma família devem se sentir incentivados a se ajudarem mutuamente, sempre que necessário.
                                                * * * 
Evoquemos o Divino Mestre, na carpintaria do Pai, cooperando. 
Coloquemos a luz do Evangelho em seus corações sem deixarmos, contudo, de lhes ocuparmos as mãos, ainda que seja nos pequenos afazeres domésticos ou da oficina, pois ajudar no trabalho do bem, onde quer que ele apareça, é também evangelização. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap.18, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter. 
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

14 agosto, 2011

Frases - Emmanuel


Quanto menos simpatia, mais obstáculos.  Emmanuel 


A terra não é prisão de sofrimento eterno.
É escola abençoada das almas.


André Luiz
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."


12 agosto, 2011

Débitos e Créditos




Vale lembrar que essa contabilidade de débitos e créditos nasceu no Século XV, mais propriamente em 1494 e foi criada por um monge franciscano chamado Luca Pacioli.
Esse monge franciscano criou essa metodologia exatamente para auxiliar aos mercadores, aos comerciantes, negociantes de Veneza que precisavam gerenciar suas economias crescentes.
Precisavam administrar seu dinheiro de uma forma eficiente e encontraram, no trabalho do monge franciscano Luca Pacioli, um elemento importantíssimo para que eles pudessem analisar perdas, ganhos, no bojo das suas realizações.
A partir daí, a Humanidade tem experimentado muito sucesso ao fazer uso dessa contabilidade: débito - crédito.
Isso entrou de tal modo na vida das comunidades do mundo inteiro que hoje faz parte dos cursos de contabilidade, de economia, de administração e usamos essa maneira de pensar, essa metodologia de lidar com valores, no nosso cotidiano.
Falamos em outros contextos a respeito de débito e crédito, em termos morais: Você tem débito comigo. Eu tenho crédito com você. Você tem créditos para comigo. Eu tenho débitos para com você.
A partir disso, a ideia de Luca Pacioli espalhou-se pelo mundo e é tão importante verificarmos que todos nós, de uma maneira ou de outra, teremos o nosso tempo de prestar contas do que estamos fazendo da nossa existência.
Não foi à toa que Jesus Cristo, um dia, exprimiu-Se dizendo que o administrador daria conta da sua administração.
Quando pensamos em administração, não é apenas a administração de negócios, de dinheiro mas, nesse sentido amplo, é a administração de nossa vida e, se não sabemos bem administrá-la, certamente contrairemos débitos.
Se conseguirmos bem administrar nossa vida, teremos os créditos decorrentes de nosso juízo, de nossa boa ação, da grandeza que criamos com a nossa vida na Terra.
Por isso é que nos cabe refletir, nos cabe pensar nessa dinâmica da vida de todos nós e de cada um em particular, que nos remete sempre a fazer esse balanço, entre os créditos que a Divindade nos confiou e os débitos que  contraímos, face ao mau uso ou ao desuso desses créditos Divinos.
É por isso que percebemos que cada vez que usamos mal, por exemplo, o crédito da palavra, usamos mal o nosso falar, adquirimos débitos para o futuro.
Cada vez que utilizamos mal o crédito da visão, criamos problemas para o nosso amanhã.
O crédito dos nossos pés, da nossa inteligência, das oportunidades sociais, tudo isto vai fazendo parte dos elementos de que dispomos na Terra para viver da melhor maneira.
Você sabe quantas bênçãos a vida lhe ofereceu e lhe oferece? A família, os amigos, o trabalho, a saúde, as oportunidades variadas e não se justifica que, diante de tantas oportunidades, façamos mau uso. Nada obstante, muitas vezes, em nome da nossa loucura, da nossa inconsciência, acabamos por usar mal os créditos que a Divindade nos confiou e teremos que acertar isso um dia.
*   *   *
É importantíssimo, nesse capítulo de débitos e créditos, na contabilidade criada por Pacioli, verificarmos que, um dia, o Codificador Espírita Allan Kardec perguntou aos Bons Espíritos a respeito do que poderíamos fazer para superarmos as tentações do mal e para realizarmos com proveito a nossa jornada terrestre.
Os Nobres Guias da Humanidade responderam que um velho sábio da Antiguidade já nos houvera dito: Conhece-te a ti mesmo.
Allan Kardec voltou à carga e perguntou: Entendi o sentido desse autoconhecimento. O problema está exatamente em como fazê-lo. Como poderemos realizar isto?
O Espírito Santo Agostinho respondeu: Fazei como eu fazia quando estava no mundo. Ao final de cada dia, fazia o levantamento de como eu houvera vivido, aquilo que realizara em prejuízo do próximo, em meu próprio prejuízo. Aquilo que eu tivesse feito em contraposição às Leis Divinas.
Fazia uma tomada de débitos e créditos, dizemos nós e, graças a isso, ficamos com uma fórmula, digamos assim, para realizar esse esforço pelo autoconhecimento.
Não é fácil porque quase sempre nos ocultamos de nós mesmos ou, pelo menos, tentamos fazê-lo. Ao nos ocultar de nós mesmos, vamos dando desculpas que nada desculpam para os nossos atos: Eu fiz porque Fulano me provocou, eu deixei de fazer porque Beltrano não me ajudou.
Vamos sempre empurrando para longe, jogando para fora de nós as responsabilidades que são nossas.
Na medida em que queremos nos conhecer de fato, assumimos nossas falhas e nossos acertos. Aquilo que erramos, colocamos no prato simbólico de uma balança e aquilo que acertamos colocamos no outro prato da balança.
A partir daí, teremos o estabelecimento do peso entre débito e crédito, o que nos sobrará.
Quando estamos fazendo esforços por nos conhecer, não nos envergonhamos dos erros que ainda cometemos e nem queremos fugir dos acertos que empreendemos.
Há coisas maravilhosas que já fazemos. Para que esconder isso de nós? Para que fingir que não fazemos? Mas, ainda há muita sombra nas nossas atitudes e por que tentar ocultar isso de nós?
Se carregarmos uma mazela, uma ferida e negarmos que a conduzimos, quando é que vamos tratá-la?
O mais especial é quando assumimos que levamos uma chaga aberta porque então muitos se apresentarão para ajudar nesse processo do tratamento.
Cada qual de nós diante da vida carrega as coisas boas que já fez, as coisas felizes que faz, seus créditos. O bom uso daquilo que Deus nos deu, o bom uso daquilo que Deus nos dá são créditos mas, muitas vezes, fugimos do bom tom, nos perdemos nesses labirintos de equívocos e carregamos débitos.
Não há nenhum motivo para desesperação, não há nenhum motivo para que nos percamos desfigurados de remorsos, desejando morrer. O tempo de agora é o tempo da oportunidade. Desejaremos viver para corrigir o que ficou mal pintado em nossa tela.
É o tempo de acertar, corrigindo o passo que não tenha sido bem dado em nossa vida e, graças a isso, trabalharemos no sentido de que a contabilidade Divina possa reconhecer nossos créditos e justificar os nossos débitos com as coisas boas que fazemos.
Foi o Apóstolo Simão Pedro que fechou de forma notável esse ensinamento ao nos dizer que o amor cobre multidões de pecados.
Todos nós na Terra somos Espíritos nessa faixa de provações, de expiações, com necessidades de aprender, de pagar dívidas mas com a grande oportunidade de desenvolver em nós o amor sob todos os aspectos consideráveis, porque somente o amor cobre multidões de pecados.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 203, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em agosto de 2009.
                                                                         Em 25.04.2011.
  

11 agosto, 2011

Crueldade


A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões.

De todas as violências que padecemos, as que fazemos contra nós mesmos são as que mais nos fazem sofrer. Nessa crueldade, não se derrama sangue, somente se constroem cercas e cercas, que passam a nos sufocar e a nos afligir por dentro.
Montaigne, célebre filósofo francês do século XVI, escreveu: “A covardia é mãe da crueldade”. 
Realmente, é assim que se inicia nossa auto-agressão. Em razão de nossa fragilidade interior e de nossos sentimentos de inferioridade, aparece o temor, que nos impede de expressar nossas mais íntimas convicções, dificultando-nos falar, pensar e agir com espontaneidade ou descontração.
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões. Além de vir adornada de fictícias virtudes, recebe também os aplausos e as considerações de muitas pessoas, mas, mesmo assim, continua delimitando e esmagando brutalmente. Essa atmosfera virtuosa que envolve os que buscam ser sempre admirados e aceitos deve-se ao papel que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a todos, em quaisquer circunstâncias. Buscam contínuos elogios, colecionando reverências e sorrisos forçados, mas pagam por isso um preço muito alto: vivem distantes de si mesmos.

A causa básica do “auto-tormento” consiste em algo muito simples: viver a própria vida nos termos estabelecidos pela aprovação alheia.
A timidez pode ser considerada uma auto-crueldade. O acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo, vigia os outros, vivendo numa auto-prisão. Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua vontade, mas sim a vontade das pessoas. Pensa que há algo de errado com ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde por inibição.
Pensar e agir, defendendo nosso íntimo e nossos direitos inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os direitos dos outros, é a imunização contra a auto-crueldade.
África
Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecer padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer “não sei”, “não compreendo”, “não concordo” e “não me importo”.

As criaturas que procuram bajulação e exaltação martirizam-se para não cometer erros, pois a censura, a depreciação e a desestima é o que mais as atemorizam. Esquecem-se de que os erros são significativas formas de aprendizagem das coisas. É muito compreensível falarmos à lógica numa tomada de decisão, ou mudarmos de idéia no meio do caminho; no entanto, quando errarmos, será preciso que assumamos a responsabilidade pelos nossos desencontros e desacertos e apreendamos o ensinamento da lição vivenciada.
Quem busca consenso, crédito e popularidade não julgam seus comportamentos por si mesmo, mas procura, ansiosamente, as palmas dos outros, oferecendo inúmeras razões para que suas atitudes sejam totalmente consideradas.

Vivendo e seguindo seus próprios passos, poderá inicialmente encontrar dificuldades momentâneas, mas, com o tempo, será recompensado com um enorme bem-estar e uma integral segurança da alma.
Estar alheio ou sair de si mesmo, na ânsia de ser amado por todos aqueles que consideram modelos importantes, será uma meta alienada e inatingível.

 O único modo de alcançar a felicidade é viver, particularmente, a própria vida.
A fixação que temos de olhar o que os outros acham ou acreditam, sem possuirmos a real consciência do que queremos, podemos, sentimos, pensamos e almejamos, é o que promove a destruição em nossa vida interior, ou seja, o esfacelamento da própria unidade como seres humanos e, por consequência, nossa unidade com a vida que está em tudo e em todos.
Consultam Kardec os Obreiros do Bem: “A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o de pertencer-se a si mesmo?” E eles responderam: “De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da Natureza”.
“Pertencer-se a si mesmo”, conforme nos asseveram os Espíritos, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões dos homens e de livrar-se das amarras da tirania social, da escravidão do convencionalismo religioso, das vulgaridades do consumismo, da constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros.
A solução para a auto-crueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por direito que vem da Natureza”. Contudo, de quase nada nos servirá a liberdade exterior, se não cultivarmos uma autonomia interior, porque quem está internamente entre grilhões e amarras jamais poderá pensar e agir livremente.
 Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."



09 agosto, 2011

Música


Há dores íntimas, ocultas ao público, 
que são agulhões salvadores
para a existência inteira
Emmanuel
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

08 agosto, 2011

As Mesas Girantes


Porque das mesas girantes saiu uma coisa mais séria
ainda; delas... saiu toda uma ciência, toda uma doutrina filosófica, muito mais
interessante para os homens que refletem. 
Quando estes não tinham mais nada para aprender vendo rodar uma mesa, dela não se ocuparam mais.
Para as pessoas fúteis que não se aprofundam em nada, era um
passatempo, um brinquedo e o tiveram bastante; essas pessoas não são
consideradas em ciência. O período de curiosidade teve seu tempo: o da
observação lhe sucedeu.
O Espiritismo, então, entrou para o domínio
das pessoas sérias, que não se divertem com ele, mas que se instruem.
Também as pessoas que fazem dele uma coisa séria não se prestam
para nenhuma experiência de curiosidade, e menos ainda para aqueles
que nela viriam com pensamentos hostis. Como elas próprias não se
divertem, não procuram divertir os outros; e eu sou desse número.Allan Kardec
 "Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."






03 agosto, 2011

Boa vontade


A importância da boa vontade nos feitos humanos é bastante difundida.
É comum ouvir-se de alguém que tem vontade de fazer algo útil.
Por exemplo, que se sente chamado a desempenhar alguma tarefa.
Pintura - O Bom Samaritano,
Jean François Millet(1814-1875)
A vontade é um precioso atributo do Espírito imortal.
No princípio do processo evolutivo, o ser é grandemente guiado pelos instintos.
De modo gradual, sua razão se desenvolve e ele passa a agir com liberdade.
Dentre várias opções, elege a que lhe parece melhor.
É então que a vontade se manifesta como um poderoso impulsionador do progresso.
Ela se relaciona com o sentimento, com o querer, com os anseios do próprio coração.
Ocorre que a boa vontade não é um processo mágico que torna tudo imediatamente possível.
Não basta querer para realizar.
Quem realmente tem boa vontade estuda e trabalha para adquirir condições de desempenhar bem a sua tarefa.
Assim, a boa vontade é um fator imprescindível para o sucesso de um empreendimento.
Se não houver uma vontade firme, um querer profundo, as dificuldades crescem de importância.
À míngua de um ideal forte, o homem esmorece.
Caso não se sinta valorizado, desiste.
Se o resultado demora, acha que o esforço não compensa.
Entretanto, quando ele realmente deseja algo, encontra forças para seguir em frente.
Se a vontade é mesmo boa, firme e valiosa, então muito se torna possível.

Não apenas pelo desejo ardente, mas pela disposição de fazer o que for possível e necessário.
Convém ter essa realidade em mente quando se proclama a própria boa vontade.
Se o desejo é se dignificar pela conduta correta, as tentações do mundo nunca são fortes demais.
Quem tem o real propósito de se manter puro, gasta um tempo a estudar a própria realidade íntima.
Não teme admitir suas fraquezas, como uma fase necessária para superá-las.
Só porque cai algumas vezes, não desiste do propósito de elevar-se.
Do mesmo modo, quem de fato deseja algo realizar de bom não mede esforços.
De forma racional, procura tornar-se competente na tarefa eleita.
Aproxima-se de quem já a desempenha bem e o auxilia.
Não quer brilhar de imediato, em altos postos.
Aceita de bom grado desempenhar papéis modestos, nos quais lentamente se habilita e aperfeiçoa.
Não desiste enquanto não consegue seu intento.
Bem se vê como a boa vontade é preciosa como recurso de aprimoramento.
Contudo, ela não prescinde de esforço, de trabalho e de estudo.
Ao contrário, quem realmente tem boa vontade aprende a fazer direito.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.Em 28.02.2011
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."
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