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26 outubro, 2014

Multidões

República da Croácia (em croata:Hrvatska), 1994
"Tenho compaixão da multidão." - Jesus. (MARCOS, 8:2.)
Os espíritos verdadeiramente educados representam, em todos os tempos, grandes devedores à multidão.
Raros homens, no entanto, compreendem esse imperativo das leis espirituais.
 

Em geral, o mordomo das possibilidades terrestres, meramente instruído na cultura do mundo, esquiva-se da massa comum, ao invés de ajudá-la. Explora-lhe as paixões, mantém-lhe a ignorância e costuma roubar-lhe o ensejo de progresso. Traça leis para que ela pague os impostos mais pesados, cria guerras de extermínio, em que deva concorrer com os mais elevados tributos de sangue. O sacerdócio organizado, quase sempre, impõe-lhe sombras, enquanto a filosofia e a ciência lhe oferecem sorrisos escarnecedores.
 

Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões.
Acima de todas as Possibilidades humanas, entretanto, a multidão dispõe do Amigo Divino.
Jesus prossegue trabalhando.
Ele, que passou no Planeta entre pescadores e proletários, aleijados e cegos, velhos cansados e mães aflitas, volta-se para a turba sofredora e alimenta-lhe a esperança, como naquele momento da multiplicação dos pães.
 

Lembra-te, meu amigo, de que és parte integrante da multidão terrestre.O Senhor observa o que fazes.
Não roubes o pão da vida; procura multiplicá-lo.
Vinha de Luz PELO ESPÍRITO EMMANUEL - Psicografado por Francisco C.Xavier - FEB

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14 outubro, 2014

PACIÊNCIA


A senhora reclamava:
– Pois é, Chico, todos me dizem para ter paciência, paciência com isso, paciência com aquilo… Estou cansada de ser paciente!
E Chico:
– Minha irmã, a paciência é um remédio que precisamos tomar todos os dias, de preferência em jejum, pela manhã, mesmo que nos pareça não precisarmos dele.

                                     ***

As virtudes evangélicas são decantadas como deveres do cristão para a edificação de um Mundo melhor.
E também como valioso investimento de bênçãos em favor de um futuro glorioso, quando aprouver ao Senhor convocar-nos para o “outro lado”.
Geralmente os fiéis não costumam envolver-se muito com o assunto. O esforço em favor do próximo é desencorajado pelo egoísmo. E quanto às benesses do amanhã, na vida espiritual, são sempre encaradas como algo remoto…
A questão muda de figura quando cogitamos das virtudes evangélicas como exercício indispensável ao nosso equilíbrio e bem-estar.
Exemplo está na paciência, recomendada por Chico.
Para um entendimento sobre o assunto, lembremos um mal disseminado na Humanidade – os diabetes.
Trata-se de um distúrbio endocrinológico provocado por uma paralisação do pâncreas, que deixa de produzir insulina, hormônio indispensável ao metabolismo dos carboidratos, no sangue.
O paciente fica na obrigatoriedade de tomar insulina sintética pela vida toda, sob pena de sofrer sérios problemas de saúde.
Algo semelhante ocorre em relação à paciência, hormônio espiritual que garante nossa estabilidade física e psíquica.
Somos carentes de paciência.
Resultado: irritação, intranquilidade, tensão, ansiedade, que produzem estragos, complicando relacionamentos, gerando desentendimentos e desajustando o corpo e o Espírito, com o que acabamos abreviando a jornada humana.

                                        ***
Uma senhora comemorava os cem anos de existência, rodeada de filhos, netos, bisnetos, tataranetos...
E se tentava definir a origem de sua longevidade.
Uma neta matou a charada:
– Vovó tem uma paciência de Jó. Nunca se aborrece, nem se exalta. Não cultiva rancores, nem ressentimentos. Está sempre tranquila.
Certamente sua alma, após milenares experiências, aprimorou os mecanismos de produção natural da paciência.
Para nós outros, carentes desse hormônio da alma, é preciso, como ensina Chico, tomar doses de paciência diariamente, com o cultivo da reflexão, injetando-a em nossas veias espirituais.
Anime-nos o fato de que estaremos cumprindo nossos deveres para com o próximo, preparando um futuro melhor habilitando-nos a aproveitar integralmente as oportunidades de edificação que Deus nos concede na experiência reencarnatória.
Vale lembrar que, conforme relata o texto Bíblico, foi um homem muito rico, pai de muitos filhos, senhor de muitas propriedades.
Tudo lhe foi tirado por artimanhas de satanás, que queria provar a Deus que ele perderia a paciência.
Não conseguiu seu intento.
Jó, doente e pobre, sem filhos e sem propriedades, reduzido à mais abjeta condição, ainda assim sustentou sua proverbial paciência, pronunciando a frase célebre (Jó, 1:21):
– O Senhor o deu e o Senhor o tomou, bendito seja o seu nome!
E o Senhor o premiou, restituindo-lhe todos os bens, proporcionando-lhe bênçãos de nova paternidade.
Teve mais filhos, ficou mais rico.
E viveu ainda cento e quarenta e oito anos!
Por isso, leitor amigo, se cultivar a paciência, essa mesma virtude com a qual chegou até aqui, nestas mal traçadas linhas, certamente não viverá tanto tempo como Jó, conforme fantasiou o autor do texto bíblico, mas, sem dúvida, viverá integralmente o tempo que o Senhor lhe concedeu para a experiência humana.

Por Richard Simonetti
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09 outubro, 2014

Amor: a lei maior da vida

Anu-preto (Crotophaga ani)

Jesus, o Cristo, o ser mais perfeito que até agora habitou o planeta Terra, nosso Mestre, irmão e amigo de todas as horas, com admirável e especialíssima capacidade de síntese, presente, aliás, em todos os Seus pronunciamentos, inclusive naqueles em que utilizou parábolas, perguntado por um doutor da lei [com a indisfarçável intenção de provocá-lO] sobre qual era o mandamento maior da lei, ofereceu, de imediato, a seguinte resposta: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (Mateus, 22:34 a 40)

Trata-se da milenar, sintética e célebre sentença que contém, em resumo, toda a lei e os profetas e que foi pronunciada há cerca de dois mil anos [a propósito, interessante registrar: como Jesus começou a pregar quando tinha aproximadamente trinta anos de idade e com trinta e três foi crucificado, pode-se concluir que a veneranda sentença completará dois mil anos apenas quando a Terra estiver por volta do ano de 2030, talvez um pouco mais, depois de Cristo – O Mestre, como bem o sabemos, dividiu a História da Humanidade em antes e depois de Cristo].

Entendemos que se pode concluir também que quem ama ao próximo como a si mesmo estará, exatamente por este motivo, por esta razão, amando a Deus sobre todas as coisas.

E, ainda, amar ao próximo como a si mesmo é fazer a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse.

Entretanto, há uma indeclinável premissa para amar ao próximo como a si mesmo: é absolutamente indispensável amar-se. E para amar-se é preciso conhecer-se.

Não é à toa que o autoconhecimento, o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual(questão 919 de O Livro dos Espíritos, a obra fundamental do Espiritismo).

Pode parecer difícil, mas não é. Devagar, aos poucos, vamos nos conhecendo e, com isto, vamos nos ajustando, alterando, corrigindo e melhorando nossa postura, nossa compostura, nosso comportamento, de modo continuado e permanente. Sempre podemos melhorar, buscar nosso aperfeiçoamento, intelectual e moral. Nunca é tarde, uma vez que agora pode ser o momento exato de começar ou de recomeçar. E não perder de vista que a própria natureza não dá saltos…

Um bom começo é procurar enxergar no próximo um irmão e fazer a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse. Enxergar no próximo alguém que também está a caminho, que tem origem divina, que é um ser espiritual, um ser pensante da Criação, que é imortal, indestrutível e que, por isso mesmo, viverá para sempre, no corpo físico ou fora dele. Alguém que, um dia, igualmente alcançará a perfeição relativa.

Além deste que é o principal, ainda poderemos expressar o nosso amor servindo, sendo úteis, onde quer que nos encontremos, oferecendo o melhor sempre.

E, sem a menor sombra de dúvida, sendo pessoas de Bem, voltadas para o Bem e para a sua prática, estaremos expressando o nosso amor de maneira magnífica, facilmente perceptível, sabendo-se, como se sabe, que o amor é fundamental na vida de todos. Como se não fosse suficiente, cumpre relembrar que fazer o Bem faz bem, torna-nos pessoas melhores, mais confiantes, mais felizes [e não tem qualquer contraindicação].

Procuremos, pois, observar e cumprir a Lei de Amor, a lei maior da Vida, capaz de nos tornar melhores e mais felizes agora e aqui mesmo na Terra.
Por Antônio Moris Cury
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07 outubro, 2014

Determinismo

Qualquer pessoa medianamente informada conhece o complexo de Édipo, consagrado por Sigmund Freud (1856-1939), como a tendência de se ligarem os filhos às suas mães, em oposição aos pais. Ele se inspirou- numa tragédia grega: Édipo Rei, de Sófocles (495-406 a.C.).


Édipo, segundo os oráculos, mataria seu pai e se casaria com a mãe, o que efetivamente aconteceu, numa fantasia recheada de lances dramáticos e mirabolantes, bem ao gosto da mitologia grega.
Pintura, Jean Auguste Dominique Ingres, 1808-27

A tese de Freud, porém, não resiste aos fatos. Há filhos “vidrados” na figura paterna. Além disso, a afinidade ou animosidade entre pais e filhos decorre muito mais de ligações harmônicas ou conflituosas de vidas anteriores.
Se alguém reencontra no pai um rival do passado, quando disputavam o amor de uma mulher, hoje possivelmente ligada a ambos como mãe e esposa, enfrentará conflitos em seu relacionamento. Em contrapartida, dar-se-á muito bem com o genitor que foi amigo ou familiar ligado ao seu coração.
E há que se considerar o comportamento. Se não cultivarmos valores elementares de convivência civilizada – compreensão, atenção, respeito, tolerância, cooperação, solidariedade… –, os melhores amigos do pretérito nos parecerão figadais inimigos a nos aborrecerem no ambiente doméstico.

                                        ***
O aspecto mais interessante da famosa obra teatral de Sófocles diz respeito à fatalidade. É possível alguém nascer com a trágica sina de matar o pai e casar com a mãe ou destinado a cometer atrocidades?
Negativo. Não há o determinismo para o mal. Ninguém reencarna para ser suicida, alcoólatra, fumante, toxicômano, adúltero, traficante, ladrão, assassino, terrorista…
Comportamentos dessa natureza configuram um desatino.
Jamais um destino!
Dirá o leitor amigo que o oráculo não teria acertado o sinistro vaticínio, se não fosse esse o fado de Édipo.
Oportuno não esquecer, porém, que estamos diante de uma ficção, uma história da carochinha para adultos.
Questionará você: E quanto aos oráculos de hoje, representados por médiuns, pais de santo, cartomantes, quiromantes e astrólogos?Não antecipam, efetivamente, o futuro?
Consideremos, em princípio, que eles falam de generalidades.
Assim fica fácil. Se eu fizer dez previsões superficiais sobre seu futuro, envolvendo saúde, negócios, vida afetiva, família, viagens, pelo menos metade se cumprirá. Você ficará admirado de meus poderes premonitórios, tão entusiasmado com os acertos que não reparará nos desacertos.
 

E há um detalhe: se o “oráculo” revela que terei um dia muito difícil, cheio de contratempos, e acredito firmemente nisso, assim tenderá a acontecer. Estarei predisposto a encontrar “chifre em cabeça de cavalo”.
Obviamente, há indivíduos dotados de grande sensibilidade que podem “ler” em nosso psiquismo algo do que nos espera. Nele podem estar registrados alguns compromissos que teríamos assumido ao reencarnar, conjugando família, profissão, trabalho, ideal…
Mesmo assim, não poderá fazer afirmações taxativas, porquanto nem sempre cumprimos na Terra o que nos propusemos a realizar, no Além.
Há, também, desajustes no perispírito, nosso corpo espiritual, decorrentes de faltas desta existência ou precedente, tendentes a se refletirem no corpo físico, dando origem a males variados.
Um sensitivo poderá identificá-los e nos falar a respeito.
Não obstante, esses males não são inevitáveis. É possível, com o empenho de renovação e a prática do Bem, “depurar” o perispírito, favorecendo uma existência saudável.

                                              ***
O ideal é viver o hoje, procurando fazer o melhor, sem nos preocuparmos com o que virá.
O futuro não está escrito. Há apenas esboços. O “texto definitivo” está sendo grafado por nossas ações.
Jesus sabiamente ensina, no Sermão da Montanha, que a cada dia basta o seu labor. Cuidemos de buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, com o empenho do Bem, e tudo o mais, acentua o Senhor, virá por acréscimo da misericórdia divina.
Por Richard Simonetti
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

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