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26 fevereiro, 2014

Não aspires

Ramphastos dicolorus

Não aspires retificar apressadamente os outros, quando os consideres errados, segundo os teus pontos de vista, porque também nós, quando em erro, nem sempre admitimos corrigendas imediatas.
 

Não imponhas o teu ideal de felicidade àqueles que estimas, de vez que a felicidade das criaturas varia sempre conforme o degrau evolutivo em que se encontrem.
 

Quanto puderes, como puderes e onde puderes, guardando a consciência tranquila, trabalha servindo sempre.
Assim agindo, ainda que não percebas, desde agora, estarás, imperturbavelmente, nos domínios da paz.
 

Por mais sofras, jamais desanimes.
O problema aparece carregando a lição.
 

Pelo Espírito - Emmanuel, médium Chico Xavier 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

21 fevereiro, 2014

Sepulcros Abertos

Sepulcros Abertos “A sua garganta é um sepulcro aberto.” - Paulo. (Romanos, 3: 13).
Reportando-se aos espíritos transviados da luz, asseverou Paulo que têm a garganta semelhante a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinquente. Logo se instalam no império escuro do "eu", esquecer as obrigações que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura-se-lhes a garganta em verdadeiro túmulo descerrado.

Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros. Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa-vontade que lhes partilham a marcha.

Tecem longos comentários no exame de úlceras alheias, ao invés de curá-las. Eliminam precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo as intenções dos outros. Sobrecarregam a imaginação de quadros deprimentes, nos domínios da suspeita e da intemperança mental.

Sobretudo, queixam-se de tudo e de todos. Projetam emanações entorpecentes de má-fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra a prosperidade da santificação, por onde passam, queimando as flores da esperança e aniquilando os frutos imaturos da caridade.

Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram-se-nos, de fato, sepulcros abertos... Exalam ruínas e tóxicos de morte.

Quando te desviares, pois, para o escorregadio terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do Senhor.

Emmanuel - Fonte Viva, psicografia de Chico Xavier
 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

18 fevereiro, 2014

Ilação Espírita


O impulso de odiar, quando não extirpado, será sempre fator de desequilíbrio.
Primeiro, leva a grande perturbação. 

Da grande perturbação, conduz à doença.
Da doença, transporta à agressividade exagerada.
Da agressividade exagerada, leva à delinquência potencial.
Da delinquência potencial, é capaz de sair para loucura e crime, angústia ou queda, pela fermentação da culpa.
 

E, na fermentação da culpa, o espírito pode atravessar muitos séculos em reencarnações de tratamento ou reajuste.
Capacitemo-nos de que não vale odiar, de nenhum modo e em tempo algum.
 

Lembremos que somos espíritos eternos criados por Deus, que nos ama e sustenta, ampara e abençoa, provendo recursos em nosso favor e dos outros, até que todos atinjamos a perfeição.
Daí a recomendação de Jesus, de que devemos perdoar sempre.

Albino Teixeira / Médium Chico Xavier
Livro: Mãos Marcadas (extrato) - Ed. IDE
 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

17 fevereiro, 2014

Jesus e Mundo

Jerusalém

Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens e
no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro
das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da Terra.
Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.

 
Da escola do mundo saíram, diplomados em santificação, espíritos sublimes, que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.
Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.
Se o melhor não auxilia o pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.
 

Se o bom desampara o mau a fraternidade não passaria de mera ilusão.
Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.
Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.
 

Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsidade,
o desequilíbrio comandaria a existência.
Se a virtude não socorre as vitimas do vicio e se o bem não se dispõem a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de coisa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.
 

O Mestre não era do mundo.
Mas veio até nós para a redenção do mundo.
 

Sabia que seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-nos ao convívio com homens se transformassem nos servidores devotados do bem, convertendo o Planeta em seu reino de luz.
 

O cristão que foge ao contato com o mundo a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor longe de solicitar ornamentos a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do Grande Amanhã.

Emmanuel, médium Chico Xavier
 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

16 fevereiro, 2014

Simplifica

Panurus biarmicus

Se desejas a bênção da paz, simplifica a própria vida para que a tranquilidade te favoreça.

Muitos recorrem ao auxílio dos outros, esquecendo a necessidade do auxílio a si mesmos.

Encarceram-se no cipoal das preocupações sem proveito, adquirindo compromissos que lhes prejudicam a senda e acabam suplicando o socorro da caridade, quando, mais avisados, poderiam entesourar amplos recursos para a assistência generosa aos mais desfavorecidos do mundo, empregando o talento das horas nas mais ricas sementeiras de simpatia.

É que se extraviam nas ambições desregradas, buscando para si próprios os mais duros grilhões de angústia ou fixando aos ombros frágeis, cruzes e fardos difíceis de suportar.

Não se contentam em viver com segurança o dia que o Senhor lhes concede. Preferem sofrer por antecipação as tempestades morais do amanhã remoto que, talvez, jamais sobrevenham.

Não se conformam com o pão abençoado de hoje. Reclamam celeiro farto para longos anos, à frente da luta que lhes é própria, ignorando se a morte lhes espreita os passos na vizinhança.

Não se alegram com o agasalho valioso de agora. Exigem guarda-roupa repleto e variado de que provavelmente não mais se utilizarão, enquanto companheiros da marcha humana exibem a pele desnuda e fria.

Não se resignam a possuir o dinheiro prestimoso que lhes soluciona os problemas da hora em curso. Suspiram pela caderneta de banco dominadora e invejável, que lhes marque o nome com a melhor expressão financeira, não obstante a penúria que magoa, implacável, o lar alheio.

Aprende a viver o minuto que Deus te empresta no corpo físico, amealhando a luz do conhecimento nobre e fazendo aos outros o bem que possas.

Auxilia, perdoa, trabalha, ama e serve, gastando sensatamente os recursos que o Céu te situou no caminho e nas mãos, como quem sabe que a Contabilidade Divina a todos nos procura no grave instante do acerto justo.

E, simplificando as próprias experiências, reconhecer-te-ás mais leve e mais feliz, habilitando-te, por fim, à libertação espiritual que, infalivelmente, convocar-te-á hoje ou amanhã para o regresso à Vida Maior.
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Mentores e Seareiros. Lição nº 04. Página 19.
 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

14 fevereiro, 2014

Irritação


A irritação é síndrome de processo que denuncia grave perturbação interior.
Inicia-se por inquietação mental, exterioriza-se como cansaço, transforma-se em azedume frequente e culmina em descontrole sistemático, com agressividade e loucura.
 

Escultura - Ho Shu
Revela-se por animosidade inconsciente, que se amplia como insatisfação em relação a tudo e antipatia para com todos.
Daí a impaciência, descortesia, rudeza e o tom arrogante na palavra, para contestar, responder.
 

Urge o exame mental para modificar atitudes.
Se percebes manifestações de irritação constante, examina-lhe a procedência.
Se é cansaço, muda de atividades, altera programas, motiva com otimismo o tempo de serviço.
 

Não absorvas tudo nas tarefas que abraças. Aprende a repartir labores e confiança.
Atitude infeliz a discriminação. Recorda que o amor tem função de unir, nunca a de separar.
A humildade te fortalecerá a paz íntima e a oração dar-te-á forças para vencer essa fraqueza cruel, que é a irritação.

Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco
Livro: Celeiro de Bençãos (extrato) - Ed. LEAL

 "JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

12 fevereiro, 2014

O doce missionário

Igreja de Nossa Senhora do Ó, cidade de Sabará, Minas Gerais, Brasil

Sertão hostil. Agreste serrania.
Tendo por companhia
A cruz do Nazareno, humilde e solitário,
Ali vivia Anchieta, o doce missionário,

Carinhoso pastor, espelho de bondade,
Abençoando o bem, perdoando a maldade,
Servo amado de Deus, imitador de Assis,
Que na humildade achara a vida mais feliz.

Naquele dia,
Era intenso o calor.
Ninguém!Nem uma sombra se movie
Tudo era languidez, desânimo e torpor.

Além se divisava a solidão da estrada,
Amarela de pó, tristonha e desolada.
Na clareira, onde o Sol feria os vegetais,
Viam-se florescer bromélias e boninas,

E, elevando-se aos céus, esguios espinhais
Implorando piedade às amplidões divinas...
Eis que o irmão de Jesus, o humilde pegureiro
Avista um mensageiro.

Dirige-se-lhe a casa,
Pisando vagaroso o chão que o Sol abrasa.
– “Meu protetor – diz ele –, o bom pajé,
Convertido por vós à luz da vossa fé,

Que tem oferecido a Deus o seu amor,
Agoniza na taba, ao longe, em aflição.
Ele espera de vós a paz do curacao
E implora lhe leveis a bênção do Senhor.”

- “Oh! doce filho meu, que vindes de passagem,
Que Jesus vos ampare, ao termo da viagem...”
E isso dizendo, o pastor prestamente
Toma da humilde cruz do Mártir do Calvário,

Abandonando o ninho agreste e solitário,
Para arrancar à dor o pobre penitente.
Há solidão na estrada,
Ferem-lhe os pés as pontas dos espinhos.

Que penosa jornada,
Em tão rudes e aspérrimos caminhos! ...
Pairam no ar excessos de calor,
Nem árvores umbrosas e nem fontes,

Somente o Sol ferino e destruidor,
Que calcina, inflamando os horizontes.
Eis que a sede o devora;
Entretanto, o pastor não se deplora;

A terna e meiga efígie de Jesus
É-lhe paz e alimento, amparo e luz.
Numa férvida prece,
Ele ainda agradece:

– “Sê bendito, Senhor, por tudo o que nos dás,
Seja alegria ou dor, tudo é ventura e paz.
Eu vejo-te no alvor das manhãs harmoniosas,
No azulíneo do céu, no cálice das rosas,

Na corola de luz de todas as florinhas,
No canto, todo amor, das meigas avezinhas,
Na estação outonal, na loura Primavera,
No coração do bom, que te ama e te venera,

Na vibração dos sons, na irradiação da luz,
Na dor, no sofrimento, em nossa própria cruz...
Tudo vive a mostrar tua pródiga bondade,
Eterno Pai de amor, de luz e caridade.

Abençoados são o Inverno que traz frio
E os calores do Sol nas estações do estio...”
Terminando a sorrir a espontânea oração,
Inspirada em tão santa devoção,

Anchieta escuta em torno os mais sutis rumores.
Eis que nos arredores
Congregam-se apressadas
Todas as avezinhas,

E, asas aconchegadas,
Juntinhas,
Numa ideal combinação
Formam um pálio protetor,
Cobrindo o doce irmão

Que ia ofertar amor
Luz e consolação,
Em nome do Senhor.
Pelos caminhos,

Foi-se aumentando
O alado bando
Dos bondosos e ternos passarinhos,
Aureolando com amor o Discípulo Amado,

Modesto, casto, humilde e isento de pecado,
Que ia seguindo,
Lábios sorrindo,
Em meiga mansuetude.

O enviado do Bem e da Virtude
Agradecia ao Céu, o coração em luz,
Evolando-se puro ao seio de Jesus.
Chegara ao seu destino. Ia caindo o dia

No poente de paz e de harmonia,
Brilhava nova luz, feita de crença e amor:
Era a bênção dos Céus, a bênção do Senhor.

*Augusto de Lima:Poeta mineiro, nascido em Sabará, Minas, em 5 de abril de 1859 e desencarnado no Rio de Janeiro em 22 de abril de 1934.
Magistrado íntegro, orador e publicista, militou na Política e foi membro de realce da Academia Brasileira de Letras, tendo ocupado a presidência dessa instituição.
 
Augusto Lima / Psi. Francisco C. Xavier / Livro:Parnaso de Além-Túmulo - 1932 - / Ed.FEB. 
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

10 fevereiro, 2014

Ascenção


Perguntai à flor virente,
De pétalas multicores,
Que com mágicos odores
Perfumam vosso ambiente,

O que fazem cá no mundo,
Tão viçosas, perfumadas,
Pelas sendas desoladas
Deste abismo tão profundo.

Como sorrisos dos Céus,
Essas flores perfumosas
Responderiam formosas:
– “Nós marchamos para Deus!”

A ave que poetiza
Com seus cânticos maviosos
Vossos campos dadivosos
Em beleza que harmoniza,

Se perguntásseis também,
Ela vosretrucaria
“Caminhamos na alegria,
Para a Luz e para o Bem.”

Tudo pois, em ascensão,
Marcha ao progresso incessante,
 

A alvorada rutilante
Da sublime perfeição.

Segui pois, irmãos terrenos,
Nessas trilhas luminosas,
Caminhai sempre serenos,
Entre lírios, entre rosas;

Entre os lírios da Bondade,
Entre as rosas da Ternura,
Espargindo a caridade,
Consolando a desventura.

Só assim caminharemos
Nessa eterna evolução,
E no Bem conquistaremos
A suprema perfeição.

Ascensão" / Casimiro Cunha / Psi. Francisco C. Xavier / Livro: Parnaso de Além-Túmulo - 1932 - / Ed.FEB.
*Casimiro Cunha: Poeta Vassourense, nasceu aos 14 de abril de 1880 e desencarnou em 1914. Pobre, ao demais espírita confesso, não teve maior projeção no cenáculo literário do seu tempo, mau grado à sua vida de da sua musa e inatos talentos literários. Há, na sua existência terrena, uma triste particularidade a assinalar, qual a de haver perdido uma vista aos 14 anos, por acidente, para de todo cegar da outra aos 16. Órfão de pai aos 7 anos, apenas frequentou escolas primárias. Era um espírito jovial e forte no infortúnio, que ele sabia aproveitar no enobrecimento da sua fé. Se tivesse tido maior cultura, atingiria as maiores culminâncias do firmamento literário.

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