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24 setembro, 2013

Amigos do Cristo


A atividade de Chico Xavier era exaustiva, longas psicografias, multidões a atender, horas intermináveis, madrugada adentro. Perguntaram-lhe como conseguia manter-se firme, sereno, atencioso, ligado no trabalho... O médium respondeu numa única palavra: – Aceitação.
 

Francisco Cândido Xavier (1910-2002)
Em meus tempos de bancário, funcionário do Banco do Brasil, deparava-me com colegas insatisfeitos, não obstante trabalharem na maior instituição financeira do país, que remunerava regiamente seus funcionários.
Conversávamos a respeito. Eu dizia:– Ruim para você e para o Banco trabalhar de má vontade, insatisfeito, como se estivesse carregando o peso do Mundo nas costas.
E vinha a ladainha: – Odeio o serviço bancário! A chefia é incompetente e autoritária! Acho horrível a escravidão do horário!
– Então, meu caro, por que não pede demissão e vai cuidar da vida? Você não é obrigado a vincular-se a um serviço que lhe é indesejável!

Na verdade, contam-se nos dedos os que enxergam no serviço bancário a profissão ideal. Rotinas cansativas, salário insatisfatório, excesso de trabalho, jornadas além do horário normal, pressões da administração…


Aqui entra a aceitação de que fala Chico. Em qualquer atividade, podemos não estar fazendo o que gostamos, mas é fundamental aprender a gostar do que fazemos, cumprindo nossas funções com diligência e serenidade, em nosso próprio benefício.
 
Não obstante, é preciso definir bem essa questão, considerando que há dois tipos de aceitação:


Estática. A pessoa faz o que lhe pedem, sem usar a imaginação. Não pensa em melhorar, em produzir mais. Não se empenha. É o burocrata comprometido com preguiçosa rotina, entediado com as tarefas que lhe foram confiadas.

Dinâmica. A pessoa considera as necessidades do serviço e procura fazer o melhor, aprimorando-se, produzindo cada vez mais. É o servidor dotado da imaginação criadora e produtiva de quem ama o que faz.
Há quem adote no Centro Espírita uma participação estática. Considera que é preciso trabalhar no campo do Bem, fazer algo em favor do semelhante...
Essa aceitação de tarefas por mera obrigação é indesejável. São os voluntários que, invariavelmente, fazem menos do que lhe foi confiado, na base do chegar depois e sair antes.

 
Lembram a expressão evangélica (Lucas, 17:10): …quando fizerdes tudo que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer.
 

Melhor é a aceitação dinâmica das tarefas, inspirada no amor ao serviço.
É o voluntário que se empenha, que vibra com seu trabalho, que sempre chega mais cedo e não tem pressa de sair. Este atinge o patamar ideal, algo bem mais importante do que um simples servidor, conforme afirma Jesus (João, 15:14 e 17):
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
E explica o que espera de nós: Amai-vos uns aos outros.
 

Na dinâmica do trabalho, estaremos sempre servindo a alguém, seja na atividade profissional, no lar, na sociedade, na instituição filantrópica.
Se o fizermos com amor, faremos bem feito. Mais que isso, será ao próprio Cristo que estaremos servindo.
 

Era o que Chico fazia. Por isso, não lhe pesavam os compromissos e dificuldades. Exercitava a aceitação dinâmica de quem ama o que faz pelo próximo, porque o próximo ama. Por Richard Simonetti
"JUNTE-SE A NÓS NESTE IDAEL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

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