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10 fevereiro, 2015

Senhor que queres que eu faça?

Damasco, Síria - Palácio Azen

O tratamento médico convencional em busca da cura de uma enfermidade pode ser auxiliado por duas condicionantes: crer e querer.

Escorado na fé, aquele que busca o auxílio espiritual para a cura necessita consolidar uma nova aliança com Deus usando de pureza no coração e revigorada forma de viver, a fim de superar suas dificuldades íntimas.

Para refletir sobre esta renovação, vamos relembrar a história de dois personagens que, curados por Jesus, manifestam-se agradecidos perguntando: Senhor o que queres que eu faça?
A obra “Primícias do Reino”, o Espírito Amélia Rodrigues, na psicografia de Divaldo P. Franco, aprofunda a passagem evangélica de um homem com hanseníase (Marcos 1: 40 a 45) que, vendo Jesus de longe cercado por uma auréola de luz, sente-se tomado de intensa força interior e, de joelhos, suplica pela cura.

Sendo atendido por Jesus experimenta uma sensação de renovada vitalidade geral dos tecidos do corpo e reage em êxtase: “Senhor, que queres que eu faça?”

“Não digas a ninguém” é a resposta do Mestre em clara demonstração que o reino dos céus não se faria notar pelas atrações externas, pois que na Terra sempre houve homens e mulheres curadores, mas dar-se-ia pela demonstração de responsabilidade de cada um ao receber a dádiva e através do exemplo que anuncia sua renovação. “Sois o sal da terra... diluindo-se no repasto o sal se faz presente sem alarde e todos o podem identificar”.

Assim orienta ao homem que buscasse o reingresso à rotina da vida usando de respeito aos superiores e às regras de conduta estabelecidas, “... vai, mostra-te aos sacerdotes e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho”, referindo- se ao pagamento do tributo que representava seu reingresso aos estatutos dos homens.

Para Jesus, o cumprimento dos deveres civis representava uma maneira de elevar a autoestima daquele homem, após ter passado muitos anos no exílio. Porém curado retorna à cidade sem conseguir guardar silêncio. No caminho contava o prodígio de que fora objeto e assim fazendo conseguiu apenas aguçar a curiosidade e a intransigência dos judeus contra o Nazareno.

Enquanto isso, o Mestre reunido aos seus discípulos, esclarece como se ainda estivesse vendo o homem: “A cura mais importante não a experimentou: é aquela que não se restringe à forma, e sim, ao Espírito.

Lavada a morféia (a lepra), ele continua leproso. Acautelai-vos do contágio das misérias que os olhos não veem, mas que entenebrecem a razão e perturbam o coração...”

Exemplo oposto, encontramos na obra “Paulo e Estevão” da psicografia de Chico Xavier.

Conta-nos o autor espiritual Emmanuel que Saulo, orgulho rabino, perseguindo Ananias deparou-se nas estradas para Damasco com a visão deslumbrante de Jesus a lhe perguntar “Saulo porque me persegues?”.

A visão de intensa luz cega Paulo que atirado ao chão levanta-se iniciando sua renovação e pergunta: “Senhor, que queres que eu faça?”.

Neste exemplo, mesmo o Cristo nada pedindo, o então cruel perseguidor dos cristãos recolhe-se por três anos no deserto para refletir sobre os passos que havia dado até então e se transforma em Paulo, o Apóstolo dos Gentios, a divulgar a Boa Nova por onde passou, com amor e muita coragem. Saulo já era um religioso que há muito buscava se religar ao Pai, entretanto seguia ensinamentos recebidos onde o predomínio de práticas externas não lhe preenchia o coração, ao contrário sentia-se ferido e injustiçado ao perder um grande afeto.

O contato amoroso do meigo Nazareno na estrada de Damasco, no entanto lhe envolve por inteiro e transforma sua vida, sem que aquele homem possa mais resistir às transformações emocionais.

Recebemos na casa espírita esclarecimentos sobre os ensinos de Jesus respaldados nas orientações dos espíritos; buscamos a cura dos males físicos e da alma através da aplicação do passe e da água fluidificada e, no recolhimento de nossas orações será preciso perguntar: Senhor, que queres que eu faça?

Não, o espírita não precisa fazer esta pergunta, pois sabe que o Espiritismo não se presta ao espetáculo, ao prodígio, mas que tem por finalidade instruir e reeducar o homem.

Todo esforço empreendido pela espiritualidade superior nos assistindo na solução das dificuldades que atraímos está na esperança de nos ver renovados e, por consequência, contribuir com a renovação da vida no planeta.
Por Maryane Medeiros

 "JUNTE-SE A NÓS NESTE IDEAL: DIVULGUE O ESPIRITISMO."

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