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30 maio, 2012

Ação em busca da paz

Desejamos paz, entretanto, geralmente, esperamos que ela "bata à nossa porta" e entre em nossas vidas. É oportuno lembrarmos, porém que a paz é conquista íntima. 

André Luiz, com quem tanto aprendemos, relata nas primeiras páginas de seu livro Nosso Lar os sentimentos desfavoráveis que trazia consigo: angústia, incerteza, solidão, além da fome e frio. Que lugar seria aquele? Como chegara ali? Por que ouvia chamarem-no de "suicída", vez que ele não era? Tudo o que ele desejava era paz, mas ela estava tão distante...

Reconduzido ao mundo espiritual de forma precoce por vícios materiais, André Luiz é recolhido, oito anos após sofrimentos naquela região, que ele posteriormente saberia denominar-se "Umbral", para um hospital de assistencia primária na colônia espiritual "Nosso Lar", nos arredores do Rio de Janeiro. 

Após recobrar a saúde do novo corpo, buscou oportunidade de trabalho junto ao Ministro Clarêncio, responsável por sua ida para aquele local. O benfeitor, porém, ressaltou que, por seus compromissos na Terra, ele ainda não poderia exercer o trabalho que intimamente desejava (atuar como médico, apesar de dizer que poderia desenvolver qualquer função). 

Qual a reação de André Luiz? "Atento às recomendações de Clarêncio, procurava reconstituir energias para recomeçar o aprendizado. Noutro tempo, talvez me sentisse ofendido com as observações aparentemente tão ríspidas; mas, naquelas circunstâncias, lembrava meus erros antigos e sentia-me confortado."

E nós, como reagiríamos? Aceitaríamos as sábias e oportunas ponderações? Em virtude do adequado comportamento de André Luiz diante da realidade, a Providência Divina permitiu que nova oportunidade se fizesse surgir. Genésio, outro ministro da colônia, autorizou ao jovem médico acompanhar o trabalhador do ministério em visita instrutiva. Entretanto, alertado por D.Laura, afetuosa senhora com quem residia, buscou aproveitar a oportunidade não com o intuito investigativo que de início dominava-lhe o coração, mas com o espírito de servidor interessado. No caminho em companhia do trabalhador observou: "dava-me todo à oração, pedindo caminhos novos, a fim de que não me faltasse trabalho e forças para realizá-lo".

E André Luiz acompanhou Tobias em visita às Câmaras de Retificação, nas vizinhanças do Umbral, no Ministério da Regeneração. O ambiente, muito diferente do que poderia esperar André Luiz, era desolador: "era uma série de câmaras vastas, repletas de verdadeiros despojos humanos. Gemidos, soluços, frases dolorosas, pronunciadas a esmo... Rostos escaveirados, mãos esqueléticas, faces monstruosas deixavam transparecer terrível miséria espiritual". 

Outros vários irmãos permaneciam em queixa constante e simultânea nas Câmaras de Retificação em Nosso Lar e os poucos trabalhadores se desdobravam em atenção. Tobias, prosseguindo na assistência aos internos, levou André Luiz até outra câmara na qual se situavam espíritos comprometidos com o mal, sem nenhuma crença na continuidade da vida, permanecendo naquele momento, em sono profundo. Nesses Espíritos, Tobias iniciou aplicação de passes de fortalecimento, após o que os mesmos expeliram negras substâncias pela boca, cartacterísticas dos fluidos venenosos que segregavam. O esforço de Narcisa, enfermeira que ali trabalhava há mais de seis anos, para limpar adequadamente todo o ambiente era insuficiente e André Luiz, instintivamente, buscou apetrechos de limpeza e iniciou o trabalho ao lado da servidora prestimosa. "Nenhum amigo do mundo poderia avaliar a alegria sublime do médico que recomeçava a educação de si mesmo, na enfermagem rudimentar."

Não nos sintamos incapacitados para o trabalho. Busquemo-lo com sinceridade de nosssos corações, despojados de vaidades vâs, e encontraremos a paz que buscamos alhures! 
Por Elson Braga, Jornal O IDEAL, Juiz de Fora-MG, abril/2012
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