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12 fevereiro, 2012

Inconveniente e Perigos da Mediunidade

Fizemos, em nossa página do Facebook, algumas considerações sobre a mediunidade:

- Reunião mediúnica aberta ao público: caminho para obsessão.
- Espírito Protetor dando bronca: mistificação.
- A evocação é perigosa: mentira.
- Bater a mão direita para identificar um bom Espírito: estupidez.
- Depois de um mau Espírito se comunicar, precisa ter a comunicação de um bom, para “limpar o aparelho mediúnico”: ignorância.
- A finalidade de um grupo mediúnico é a doutrinação dos Espíritos: estreiteza de pensamentos.
- Todos os médiuns precisam dar comunicação: indisciplina.
- O “guia” comunica-se por mais de 30 minutos, falando sobre a mesma coisa: fascinação.
- Não devemos interrogar os Espíritos: medo.

Alguns comentários me vieram de outros pontos, afirmando que tais considerações são inapropriadas e que devem ser revistas.
Ok, então para que não vejam meus comentários como pensamento particular, vamos citar as fontes:
  • Segundo Allan Kardec, reuniões mediúnicas não devem JAMAIS ser abertas ao público.
Livro dos Médiuns, cap. 28, item 308: “A faculdade mediúnica, mesmo limitada às manifestações físicas, não foi dada para ser exibida sobre os palcos, e qualquer pessoa que pretenda ter às suas ordens Espíritos para exibi-los em público pode com razão ser suspeita de charlatanismo ou de ilusionismo mais ou menos hábil”.
Ainda em O Livro dos Médiuns, cap. 30, tópico 3, artigo 17: “As sessões são particulares ou gerais; jamais são públicas”.
E no cap. 29, item 331 e 332, Kardec ensina que: “Toda reunião espírita deve, pois, tender à maior homogeneidade possível (…) Como a concentração e a comunhão dos pensamentos são as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um grande número de assistentes é um obstáculo contrário à homogeneidade”.
  • Segundo Allan Kardec, os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem; NÃO DÃO ORDENS, sugerem e se não são ouvidos, SE AFASTAM. Assim sendo, “broncas” não podem provir de um bom Espírito, seja qual for o nome pelo qual se manifeste, pois que os bons Espíritos respeitam nosso livre-arbítrio. Vejamos o que ensina Allan Kardec a respeito.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 267, 16 e 17:
“16º) reconhecem-se também os bons Espíritos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que envolvem perigos ou suspeitas; repugna- lhes revelar o mal. Os Espíritos levianos ou malevolentes se comprazem em o fazer sobressair. Enquanto os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e provocam a discórdia por meio de insinuações enganadoras, falsas”.
“17º) os bons Espíritos prescrevem apenas o bem. Todo ensinamento ou conselho que não está estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra dos bons Espíritos”.

  • Segundo Allan Kardec, NÃO EVOCAR É UM ERRO.
Livro dos Médiuns, cap. 25, 169: “Algumas pessoas pensam que não se deve evocar este ou aquele Espírito e que é preferível esperar que queiram se comunicar. Baseiam-se nessa opinião os que pensam que, ao se chamar um Espírito determinado, não se pode ter certeza de que seja ele que se apresenta, enquanto o que vem espontaneamente e por vontade própria prova melhor sua identidade, uma vez que assim anuncia o desejo que tem de se comunicar conosco. Em nossa opinião, é um erro; primeiramente, porque há sempre ao redor de nós Espíritos que na maioria das vezes estão em condições inferiores e que não querem outra coisa senão se comunicar; depois, não chamar nenhum em particular é abrir a porta a todos os que querem entrar”.

  • Segundo Allan Kardec, a “limpeza” de fluidos não existe; o que existe é a troca de um mal fluido por um bom, além do que o fluido em si é neutro, não sendo nem bom nem mau, não havendo, portanto, o que “limpar”. Limpamos aquilo que se suja, e o fluido não é suscetível de se sujar.
A Gênese, cap. 14, item 17: “Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa”.

  • Segundo Allan Kardec, a finalidade de um grupo mediúnico não é o da doutrinação dos Espíritos, mas sim o estudo e o aprendizado do Espiritismo. Se assim o fosse, pobres Espíritos, que precisaram esperar a Codificação do Espiritismo e o surgimento de grupos de desobsessão, que praticamente só existem, com esta finalidade, há 150 anos mais ou menos.
Livro dos Médiuns, cap. 29, itens 324 em diante: “As reuniões espíritas têm caracteres bastante diferentes, segundo o objetivo a que se propõem e sua condição de ser; por isso mesmo também podem diferir. De acordo com sua natureza, podem ser frívolas, experimentais ou instrutivas”. (porque Kardec não cita nada a respeito de doutrinação, orientação aos Espíritos, desobsessão? Não é para se pensar?).
Ainda nos mesmos itens:
“As reuniões frívolas, fúteis, são feitas por pessoas que veem apenas o lado divertido das manifestações, que se divertem com os gracejos dos Espíritos levianos, por seu lado muito interessados por essa espécie de assembleia, onde têm toda liberdade de se manifestar e às quais não faltam”. (reuniões abertas ao público estão repletas de pessoas assim).
“As reuniões experimentais têm por objeto a produção das manifestações de efeitos físicos. Para muitas pessoas, é um espetáculo mais curioso do que instrutivo.” (Embora efeitos físicos em si não sejam mais trabalhados em atividades mediúnicas atuais, vemos fenômenos de outras espécies que não deixam a desejar em se tratando de presenciar cenas espirituais, como a manifestação de maus Espíritos que brigam, revoltam-se, batem na mesa, ameaçam e acabam por receber a doutrinação; é todo um espetáculo, embora desenvolvido com a aparência esperada por todos. Não são todos os grupos, pois há os muito sérios, mas muitos os que fazem mediunidade mais para ver manifestações do que para servir a um bem maior).
“As reuniões instrutivas têm outro caráter e, como é delas que se pode absorver o verdadeiro ensinamento, insistiremos especificamente sobre as condições em que devem se realizar. (…) Uma reunião séria se afasta de seu objetivo se troca o ensinamento pelo divertimento. (…) Os que querem compreender buscam as reuniões de estudo; é assim que tanto uns quanto outros poderão completar sua instrução espírita, assim como no estudo da medicina uns vão à sala de aula, e outros, à clínica.”
Como podemos observar Kardec não fala nada sobre doutrinar Espíritos. Embora isso possa ocorrer, com seriedade e objetivos ao bem, não é o foco nem a proposta de uma reunião mediúnica.
  • Segundo Allan Kardec, deixar a Espiritualidade manifestar-se SOMENTE de forma espontânea, é abrir a porta a todos os que querem entrar; não chamar nenhum em particular é dar a palavra a todos.
Livro dos Médiuns, cap. 25, 269: “Numa assembleia, não dar a palavra a ninguém é deixá-la para todos, e sabe-se o que resulta disso. O chamado direto a um Espírito determinado é um laço entre ele e nós; nós o chamamos por nosso desejo e opomos assim uma espécie de barreira aos intrusos. Sem um chamado direto, um Espírito muitas vezes não teria nenhum motivo para vir até nós, a não ser o nosso Espírito familiar”.
  • Segundo Allan Kardec, comunicações de Espíritos que possuem uma linguagem prolixa, não pode provir de um bom Espírito, quando esse se identifica como tal.
Livro dos Médiuns, cap. 24, 263: “Julgam-se os Espíritos, já dissemos, como se julgam os homens: pela sua linguagem”.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 267, 9º: “Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade; sem ser cansativo, seu estilo é objetivo, sem excluir a beleza das idéias e das expressões, claro, inteligível para todos e não exige esforço para ser compreendido; possuem a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque dão a cada palavra o seu exato sentido. Os Espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e a ênfase o vazio de seus pensamentos. Sua linguagem é muitas vezes pretensiosa, ridícula ou obscura por querer parecer profunda”.

  • Não é a INTENÇÃO, mas a LINGUAGEM que deve ser analisada, Segundo Allan Kardec.
Livro dos Médiuns, cap. 24, item 268:
“Pergunta 15º) Para não ser enganado, basta ter boas intenções? E os homens perfeitamente sérios, que não misturam aos seus estudos nenhum sentimento de vã curiosidade, podem também ser enganados?
“Menos do que os outros; mas o homem tem sempre alguns defeitos que atraem os Espíritos zombeteiros. O homem se acredita forte e muitas vezes não o é. Deve, portanto, desconfiar da fraqueza que nasce do orgulho e dos preconceitos. Não se dá atenção a essas duas causas das quais os Espíritos se aproveitam; ao lisonjear as manias esses Espíritos estão seguros de triunfar.”

No entanto, cada um faz aquilo que acha certo, e assim vemos o Espiritualismo fazendo-se passar por Espiritismo, dentro das casas que propõe o estudo deste último. 
Por André Ariovaldo
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

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