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29 maio, 2011

Lições para bem viver

O pensador russo Gurdjieff,(1866-1949), foi um místico, nasceu na Armênia e morreu em Paris que no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver, traçou algumas regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. 
Segundo os especialistas em comportamento humano, quem consegue praticar a metade dessas lições, com certeza terá mais harmonia íntima e menos estresse. 

As regras são as seguintes:

Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.

Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser, você mesmo.

Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem achar que isso é o máximo a se conseguir na vida.

Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

Saiba que a família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

É preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.

Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca as oportunidades saudáveis de se divertir.

Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.

Por fim, entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que fizer de você mesmo.

Grande número de pessoas gasta boa parte do seu tempo em esforços inúteis e desnecessários. 

Uns gastam horas tentando fazer com que os outros aceitem suas idéias. 

Outros perdem horas de sono pensando no que irão dizer no dia seguinte, numa conversa que não acontecerá.

Tem aqueles que se detém por longo tempo alimentando ilusões.

Isso prova que fazemos esforços inúteis ou até prejudiciais ao nosso bem-estar.

Assim sendo, anote as regras de Gurdjieff e prepare-se para uma vida de melhor qualidade.

Panelinha ?

A expressão que o leitor lê como título integra o acervo de expressões populares, dentro de certo regionalismo e até de gírias. 
Ela indica o conjunto de pessoas que se agregam por afinidade ou interesses comuns.

 Isso ocorre na infância, mocidade, na madureza e até mesmo na velhice, funcionando como uma espécie de ímã que atrai os afins e causa certo distanciamento (em alguns casos até isolamento) daqueles que não sintonizam nos mesmos interesses. Em virtude da ocorrência, sucedem disputas – principalmente as virtuais ou mentais –, ciúmes, invejas e mesmo rivalidades.

No fundo, em síntese mesmo, ela significa a existência de pessoas afins que se unem em grupos – para qualquer área de atividade humana – e podem gerar benefícios ou grandes estragos

É o caso de se dizer de pessoas com altos objetivos filantrópicos, por exemplo, que se unem em fundações e associações que visam socorrer as dificuldades humanas na área da saúde ou outra; ou, por outro lado, de pessoas equivocadas que se unem em objetivos nada éticos, como o tráfico de entorpecentes, planejamento de sequestro, roubos e outros graves desvios morais.

Normalmente, a expressão tem conotação pejorativa e é usada por aqueles que se sentem excluídos, traídos, marginalizados mesmo em alguns casos. Mas, quando um grupo de pessoas está unido pela afinidade de idéias e ideais, trabalhando por uma boa causa – seja lá qual for –, a acusação pejorativa de “panelinha” para referir-se ao grupo visado (e repetimos, normalmente usado por quem se sente excluído), é injusta, imerecida e digamos, chega ser cruel, descaridosa.

Vejamos que antes de acusarmos um grupo de “panelinha” é preciso conhecer “a fundo” o que fazem, a que se dedicam, que objetivo os move. E, ao mesmo tempo, por que nos sentimos excluídos, por que não integramos o mesmo grupo? Fomos impedidos? Há reservas? Somos capazes de nos comprometermos com os mesmos objetivos a que se dedicam? Temos o mesmo grau de desprendimento e dedicação? E, por nossa vez, somos capazes de vencer nossos próprios melindres?

Essas questões todas devem ser ponderadas antes de acusações gratuitas e sem fundamento, embora o dicionário defina a palavra como “grupo de pessoas que desdenha os interesses da coletividade”. Como nos referimos aos grupos assim acusados, injustamente, usamos entre aspas.

Afinal, pessoas unidas pelos mesmos ideais produzem grandes realizações em favor da coletividade. Afinam-se entre si, entendem-se, completam-se. E que direito temos nós de acusá-los com a feia expressão que intitula o presente artigo? Temos esse direito e conhecimento tal de seus objetivos para assim acusá-los?

Infelizmente, a expressão também é usada entre os espíritas que, em situações infelizes de divergências doutrinárias ou de posicionamentos, acusam-se mutuamente, em atitude incoerente com a própria proposta espírita, esquecendo-nos que esta visa o aprimoramento moral de seus adeptos. Busquemos, todavia, o pensamento do Codificador. Ele traz valiosos apontamentos e que muito podem nos ajudar. Tais reflexões vão diretamente a temas que podemos denominar, por exemplo entre outros, como Filtros para participação em reuniões mediúnicas, Afastamento de elementos perturbadores, Seleção de integrantes, Formação de equipe, etc.

Em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXX- Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, encontramos: “(...) Artigo 3 – A Sociedade não admite senão pessoas que simpatizam com seus princípios e com objetivo de seus trabalhos; (...) exclui todos aqueles que poderiam suscitar elementos de perturbação no seio das reuniões, seja por um espírito de hostilidade e de oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, fazendo, assim, perder o tempo em discussões inúteis. Todos os membros se devem, reciprocamente, benevolência e bom proceder; devem, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e de amor-próprio. (...) Artigo 6 – A Sociedade limitará, se julgar necessário, o número de associados livres e de membros titulares. (...) Artigo 19 – Todo membro tem o direito de pedir a chamada à ordem contra quem se afaste das conveniências na discussão, ou perturbe as sessões de um modo qualquer. (...) Três chamada à ordem, no espaço de um ano, levam de direito à eliminação do membro que nelas houver incorrido, qualquer que seja a sua categoria. (...) Artigo 22 – Aquele que perturbe a ordem (...) pode ser convidado a se retirar e, em todos os casos, disso terá feita menção na lista de admissão, e a entrada lhe será interditada no futuro (...)”


Paris, França
Para evitar nova transcrição, é de bom alvitre consultar os itens 330 e 331 (capítulo XXIX da segunda parte), no mesmo livro, para compreender-se a questão da homogeneidade e a influência do meio na qualidade das reuniões, levando-se em conta que cada pessoa sempre traz consigo espíritos que simpatizam com suas tendências e que exercem considerável influência sobre a reunião, havendo pois necessidade, para o bom êxito das reuniões, de uma seleção de seus integrantes. Claro que não nos referimos aqui às reuniões públicas. E são valorosas também as argumentações dos itens 340 e 341, na mesma ordem de pensamento.

Também na Revista Espírita (publicação fundada pelo Codificador em 1858), edição de junho de 1862, em matéria com o título Princípio Vital das Sociedades Espíritas, há oportuna consideração do Codificador. Ele publicou carta que recebeu, contestando opinião de um Espírito (publicada na edição de abril de 1862 e assinada por Gérard Codemberg) sobre o afastamento de integrantes, acusando a situação de descaridosa. Kardec fez suas observações e afirmou: “(...) mantenho que não há reunião espírita séria possível sem homogeneidade. Por toda parte onde há divergência de opinião, há tendência a fazer prevalecer a sua, desejo de impor suas idéias ou sua vontade; daí discussões, dissenções, depois dissolução; isto é inevitável, e é o que ocorre em todas as sociedades, qualquer que seja seu objeto, onde cada um quer caminhar em caminhos diferentes. (...) Quando um Espírito diz que é preciso afastá-las, tem razão, porque a existência da reunião a isso está ligada. (...)”

Continuando seus bem fundamentados argumentos, para os quais convidamos o leitor conhecer na íntegra, Kardec refere-se a outra comunicação – que inclusive está na seqüência das páginas daquela edição –, com o título O Espiritismo filosófico, ditada com outras palavras, mas com o mesmo objetivo. Diz Bernardin, o autor espiritual: “(...) Examinai bem, ao vosso redor, se não há falsos irmãos, curiosos, incrédulos. Se assim se encontram, pedi-lhes, com doçura, com caridade, para se retirarem. Se resistem, contentai-vos em pedir com fervor, ao Senhor, para esclarecê-los, e numa outra vez, não os admitais em vossos trabalhos. Não recebais, entre vós, senão os homens simples que querem procurar a verdade e o progresso. (...)” 
E completa Kardec, com muita firmeza: Quer dizer, em outras palavras, desembaraçai-vos polidamente daqueles que vos entravam.

Ainda em Obras Póstumas, no capítulo Constituição do Espiritismo, item VIII – Do Programa de Crenças, Kardec enfatiza: “A condição absoluta de vitalidade para toda reunião ou associação, qualquer que seja o objeto, é a homogeneidade, quer dizer, a unidade de vistas, de princípios e de sentimentos, a tendência para um mesmo objetivo determinado, em uma palavra, a comunhão de pensamentos (...). Toda reunião formada de elementos heterogêneos leva em si os germes de sua própria dissolução, porque ela se compõe de interesses divergentes, materiais, ou de amor-próprio, tendendo a um objetivo diferente, que se combatem, e muito raramente estão dispostos a fazer concessões ao interesse comum, ou mesmo à razão; que sofrem a opinião da maioria se não puderem fazê-lo de outro modo, mas que não se reúnem jamais francamente (...).”

É claro que os textos integrais completam ainda mais o raciocínio e seria inviável simplesmente transcrevê-los, o que contraria o objetivo da matéria. 

O objetivo mesmo é remeter o leitor ao estudo e leitura integrais de todas as indicações aqui enumeradas.

Portanto, a união de pessoas por princípios de amizade, afinidade, é algo absolutamente natural e benéfico para o êxito de iniciativas, especialmente aquelas vinculadas à proposta espírita. Há uma seleção que se opera naturalmente, por vias de assimilação fluídica mesmo. A acusação pejorativa da existência de panelinhas para grupos afins e identificados com o bem, deixa pois de fundamentar-se na verdade, para estar entregue ao melindre de seus autores. E, se realmente, elas existirem com outros objetivos, não merecem nossa preocupação. Há mais o que fazer. O ideal é que nos identifiquemos com o bem e busquemos, sem dúvida, integrar equipes e grupos dedicados cujas ações visem o progresso moral de seus integrantes e algo realizem em favor da coletividade.

No que se refere, porém, ao tema aqui tratado, nada melhor do que entender o que sempre pretendeu o Codificador: a homogeneidade como condição de êxito para as tarefas espíritas.

Para ilustrar, concluímos com uma situação para reflexão: imaginemos as tarefas assistenciais e normalmente composta de voluntários. Um mínimo de entendimento entre seus integrantes é suficiente, ainda que não haja tanta homogeneidade. O mesmo já não se pode dizer de uma reunião mediúnica ou de uma tarefa doutrinária. No primeiro caso, a movimentação é intensa, desde a chegada de novos integrantes até o afastamento de outros, com presença de rodízio permanente no grupo, sem expressivos prejuízos para a tarefa. 

O mesmo já não pode ser aplicado para o segundo, onde a homogeneidade é fator essencial. O singelo exemplo já permite pensar que não se trata de uma panelinha, mas de necessidade para o êxito das tarefas, normalmente conquistada através de muito esforço e perseverança de seus componentes.
E isto deve ser respeitado.
Orson Carrara

24 maio, 2011

Dois andares abaixo do meu

Eu nunca tinha ouvido falar dela. Vivo neste edifício de 70 apartamentos há alguns anos. A maioria dos moradores só encontro na reunião de condomínio. Há o velho que toma sol pela manhã e que me cumprimenta sorridente porque lá em casa a gente se dá tchau na janela quando alguém sai. 

Ele acha curiosíssimo e acompanha o ritual enternecido. Há as mulheres que passeiam com os cachorros, e as que fiscalizam o crescimento das roseiras do jardim. Existe a vizinha que sempre tenta me vender produtos de beleza. 

E o Pedrão, um aumentativo irônico para um cachorro tão pequeno, tão desmilinguido e cego pela idade, que sobe e desce o elevador comigo, protegendo com olhos erráticos um dono que é quase um gigante. Há o vizinho de passo marcial que não cumprimenta ninguém. E ela, que morava lá havia uma eternidade, mas a quem eu nunca vira. 

Numa tarde vêm o chaveiro, os bombeiros e a polícia. Arrombam a porta do apartamento. E somos todos lançados para dentro de uma paisagem muito semelhante à nossa, mas que era dela. As histórias de sua vida me alcançam aos farrapos. 

Aos 82 anos ela vivia só. Tinha sido médica, com consultório no centro de São Paulo. Era uma mulher independente, que veio do interior para vencer na cidade grande quando as mulheres de sua geração apenas recolhiam os passos até a casa do marido. Viajou o mundo, falava várias línguas, expressas nos livros espalhados pela casa. Não sei de seus amores, ninguém ali sabe. De repente, ela descobriu-se só. Não queria morrer, só não sabia como seguir vivendo. Resistiu viva – morrendo.

Há dois anos ela estacionou sua Brasília vermelha meticulosamente limpa e bem conservada numa vaga tamanho G. E nunca mais a tirou de lá. Poderia ter sido um sinal, mas um sinal só se torna um sinal se for decodificado. Este gerou apenas uma multa do condomínio. O carro deveria estar numa vaga M. Talvez P. Há pouco mais de um ano ela deixou de pagar a conta do condomínio. O acúmulo da dívida virou um processo judicial e uma primeira audiência a qual ela não compareceu. Outra pista não decifrada.

A vizinha do lado percebeu que ela não mais saía de casa. Insistiu com o síndico, com o zelador, algo estava errado. Ela nem atendia mais a porta, e um cheiro novo se impregnava no corredor. Mas a lei não escrita da cidade grande determina não perturbar a privacidade de ninguém. Cada um é uma ilha – ou um apartamento. Proprietário-indivíduo de seu número de metros quadrados aéreos no mundo. Os funcionários do condomínio devem avisar pelo interfone quando vão entregar uma correspondência que precisa ser assinada porque, do contrário, muitos moradores sequer abrem a porta. E ela era conhecida como “a doutora”, o título um abismo que ela e tantos se esforçam para cavar. Ninguém ousou perguntar se algo diferente, algo pior, estava acontecendo com ela.

Naquela tarde a conhecida de uma associação onde ela trabalhava como voluntária veio procurá-la, preocupada com seu sumiço. Ela então conseguiu se arrastar e sussurrar que não tinha forças para abrir a porta. Quando a porta caiu, e os fossos foram transpostos, descobriu-se que havia dois meses ela vivia no escuro, à luz de velas primeiro, nada depois. A energia elétrica tinha sido cortada por falta de pagamento. Há semanas ela não comia. Já não podia andar. A doutora estava morrendo de fome em meio a centenas de pessoas na cidade de milhões. Em sua própria sujeira.

Num prédio de classe média de São Paulo, ela estava mais isolada que qualquer ribeirinho dos confins da Amazônia. Não queria que descobrissem que havia perdido o controle da sua vida. E quando quis pedir ajuda, já não teve forças. Imagino quanto desespero sentia para conseguir romper as amarras de toda uma existência, se arrastar até a porta e admitir que não era mais capaz de abrir. Foi levada ao hospital, onde agora briga para viver.

Ela morava dois andares abaixo do meu. Quando eu soube, fiquei rememorando os últimos meses. Enquanto eu trabalhava, cozinhava, bebia vinho, tomava chimarrão, gargalhava, assistia a filmes, me emocionava com livros, me indignava com acontecimentos, conversava, namorava, sonhava, fazia planos, escrevia esta coluna e às vezes chorava, dois andares abaixo do meu, num espaço igual ao meu, uma mulher de 82 anos morria de fome nas trevas, em abissal solidão.

Enquanto eu ria, ela morria. Enquanto eu comia, ela morria. Enquanto eu sonhava, ela morria. No escuro, ela morria no escuro enquanto eu abanava da janela, o velho sorria ao sol, uma vizinha tentava me vender um novo creme antirrugas e Pedrão rosnava cegamente no elevador sob o olhar terno de seu gigante.

Não consegui dormir por algumas noites porque me via arremessada ao outro lado da rua, tentando imaginar os enredos que se passavam atrás das cortinas daqueles outros 69 apartamentos. Que vidas são aquelas, que dores se escondem, quais são os dramas que sou impotente para estancar? Anos atrás, antes de eu morar no prédio, um homem se lançou pela janela e morreu estatelado na laje. Como tantos o tempo todo. Um soluço apavorante na rotina e depois o esquecimento. Como agora, nesse morrer sem sangue e sem alarde.

Numa fissura do tempo algo que não pode mais ser oculto se revela – revelando também o nosso medo. Portas são derrubadas, cortinas rasgadas por um corpo que se lança para o nada, para nós. E, talvez pior, por um corpo que se esconde até ser exposto pelo cheiro da decomposição ainda antes da morte, corroendo os muros de nossa privacidade protegida com tanto empenho. Como a dela.

Depois precisamos esquecer para seguir vivendo. Mas não consigo esquecer. O que aconteceu com ela está acordado dentro de mim como um bicho. Dentro de nós também há um condomínio onde portas se fecham, chaves se perdem e o suicida que nos habita se lança no vazio enquanto outros em nós se decompõem em vida pela morte dos dias que não acontecem. Mergulho então, além dos dois que nos separavam, vários andares em mim. E lembro-me de Mário Sá-Carneiro, escritor português: “Perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto. E hoje, quando me sinto, é com saudades de mim”.

Acredito que todos no prédio ficaram chocados, cada um à sua maneira. Porque ninguém percebeu a tempestade logo ali. Porque tudo se passou enquanto no avesso de cada janela tentávamos viver. Mas também – e talvez principalmente por isso – porque a tragédia se desenrolou no mesmo cenário onde tecemos o enredo de nossos dias.

O apartamento dela é igual ao nosso. Esta semelhança de condições e de arquitetura, de portas e de janelas, nos provoca um incômodo difícil de dissipar. Poderia ser nós a morrer de fome no escuro. Mesmo com uma história diversa, lá no fundo cada um de nós sabe que a solidão nos espreita. Que não estamos tão protegidos como gostaríamos. Seria mais fácil afastar nosso horror se fosse um assassino, uma morte por ciúme, uma violência cometida por um psicopata. Isto está sempre mais longe. Mas não. A doutora morria logo ali por solidão. E isto está bem perto.

Ela não viveu uma vida à toa. Ou uma vida egoísta. Ela apenas viveu mais tempo do que a maioria de seus amigos, que deve ter sepultado um a um. Mais tempo que os pacientes que tantas vezes salvou, e então o consultório ficou vazio. Ela tinha bens que poderia ter vendido quando ficou restrita a uma renda que não lhe permitia manter o padrão. Mas não tinha mais saúde para fazer o que era preciso. Com o tempo, não conseguia mais nem caminhar até o banco para buscar o dinheiro da aposentadoria ou pagar a conta de luz ou qualquer outra.

Lentamente os fios de sua vida foram lhe escapando das mãos. E, no fim, quando percebeu que precisava romper o pudor cimentado nela e pedir ajuda, já não era capaz de andar pela casa para abrir a porta da rua e escancarar sua miséria. A doutora não queria morrer, só não tinha forças para viver neste mundo.

Por um tempo fiquei acordada pelas madrugadas, dormindo nas auroras, aterrorizada com as vidas desconhecidas abaixo e acima de mim, com os socorros que eu não sabia que precisava prestar, com o monstro de olhos abertos em mim. Devagar, comecei a pensar nas minhas escolhas. E agora tento aprender a amar melhor, para além das paredes de meus metros quadrados de mundo, mais iguais às dela do que eu e todos gostaríamos.
ELIANE BRUM

Silêncio Oportuno

Aprendemos que o silencio é de ouro, quando nos calarmos para não ferirmos o outro com as nossas ofensas. 
Pois palavra em forma de lança pode transformar-se em bumerangue e voltar-se contra nós mesmos.
Aprendemos que calarmos diante das ofensas nos sentiremos grandes e heróis, pois aquele que vence na língua, não vencerá jamais o coração
calar pode evitar sofrimentos, palavras ríspidas podem causar feridas profundas que na maioria das vezes nós mesmos teremos que um dia cicatrizar com o curativo do amor.
O silencio oportuno poderá trazer muitas benções no futuro, pois calar-se não significa acovardar-se e sim mostrar-se sábio, grandioso, elevado e bondoso.
Mensagem psicografada no portal da luz o dia 16/10/2010

Depoimento da Jovem Recém Desencarnada


Para todos os que estão na condição de jovem HOJE... Porque o Hoje também passa o que fica são os espinhos ou as flores que plantamos porque um dia iremos colher...
Não sei direito quem sou, pois perdi minha identidade, imagens na minha mente entre a ultima encarnação e a que me cavei meu abismo, entre a ultima encarnação em que não realizei meu projeto reencarnatório fazem parte de mim.Quero aqui deixar o meu testemunho, e que ele possa servir para ajudar alguém e que não façam o que fiz quando ainda encarnada.

Fui designada para um projeto de luz antes do meu reencarne, mas as luzes das festas e os prazeres que a juventude tem a sua disposição, me levou para outros caminhos.
É na juventude que temos a máxima energia, são momentos de sonhos que parecem nunca acabar e é envolvidos nesta magia que nos submetemos a prazeres inconsequentes.
E foi na beleza da minha juventude que coloquei fim no projeto divino em que fui designada. Fui de família evangélica, meus pais em direcionaram aos cultos e conforme havia solicitado queria nascer em um lar onde houvesse a máxima rigidez, para que eu jamais repetisse os deslizes da minha alma na flor da juventude, aconteceu em encarnações pretéritas . mas de nada adiantou. 
Fui dotada de voz perfeita para louvar ao meu senhor, mas não louvei....Ainda na infância me destacava nos corais da igreja devido a minha voz afinada , mas ao chegar na juventude comecei a dar outro curso para minha vida.para a tristeza e vergonha dos meus paizinhos. Não adiantou a rigidez dos métodos da igreja e nem as cobranças e castigos severos de meus pais que sonharam para mim um destino diferente do que segui, e bem diferente daquele que Deus planejou pra mim. Segui uma vida de sensações esquecendo dos sentimentos, preferi a minha liberdade inconsequente e fui.
Cantei na noite, atrai para mim espírito dos mais inferiores fluidos das mais baixas faixas vibratórias, e foi neste meio que encontrei meu companheiro, que na verdade também não estavam nos planos divinos pois ele me incentivava ainda mais para a vida noturna, pois o retorno financeiro e as festas eram intermináveis para os dois. 
Desencarnei ainda jovem, pois a vida noturna, as bebedeiras e as noites mal dormidas aceleraram o meu desencarne, agora sei que foi um desencarne providencial como que um presente divino para que eu não cometesse mais delitos e não aumentasse ainda mais meu débitos cármicos, pois quanto mais tempo na terra, mais aumentava os meus pecados. 
Falhei novamente, como falhei na encarnação anterior, agora estou aqui amparada pelos anjos do senhor para dar o meu depoimento, não conheci a doutrina espírita, indaguei isto com os anjos que me acolheram, para ver se minha vida seria diferente se fosse espírita, mas eles disseram que não é a religião que salva e sim as boas atitudes e sentimentos das pessoas, e fui rebelde, desobediente e inconsequente. 
Espero que meu depoimento sirva para salvar algum jovenzinho que assim como eu encaram este momento com eterno, só assim poderei fazer ago de bom e diminuir meu sofrimento.
A juventude passa e os espinhos o flores que plantarmos nesta época, um dia colheremos.. orem pelo meu espírito sofrido e dilacerado.
Obrigada fiquem com Deus.
Mensagem psicografada no c. e. Portal da luz o dia 7 de novembro de 2009

22 maio, 2011

A Psicometria

Segundo a definição do Assistente Àulus, a palavra «psicometria» designa a faculdade que têm algumas pessoas de lerem «impressões e recordações ao contato de objetos comuns». 

Psicometria é, também, faculdade mediúnica. Faculdade pela qual o sensitivo, tocando em determinados objetos, entra em relação com pessoas e fatos aos mesmos ligados.

Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados da influência pessoal do seu possuidor.

Toda pessoa, ao penetrar num recinto, deixa aí um pouco de si mesma, da sua personalidade, dos seus sentimentos, das suas virtudes, dos seus defeitos.

A psicometria não é, entretanto, faculdade comum em nossos círculos de atividade, uma vez que só a possuem pessoas dotadas de «aguçada sensibilidade psíquica». E a nossa atual condição espiritual, ainda deficitária, não permite esses admiráveis recursos perceptivos.

Quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E se, além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja um livro, uma caneta, uma jóia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel em motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente, as noções de posse ou propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa.

Em qualquer tempo e lugar, a nossa vida, com méritos e deméritos, desfilará em todas as suas minúcias ante o «radar» do psicômetra.

Há um belo estudo de Ernesto Bozzano intitulado «Enigmas da Psicometria», através de cuja leitura nos defrontamos com impressionantes narrativas, algumas delas abrangendo fases remotas da organização planetária terrestre.

O processo pelo qual é possível, ao psicômetra, entrar em relação com os fatos remotos ou próximos, pode ser explicado de duas maneiras principais, a saber:

Uma parte dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto; 

Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium. 

Não tem importância que o possuidor esteja encarnado ou desencarnado.


O psicômetra recolherá do seu subconsciente, esteja ele onde estiver, as impressões e sentimentos com que gravou, no objeto, a própria vida. 

Bozzano demonstra que não são, apenas, as pessoas os únicos seres psicometráveis.
Além do elemento humano, temos:
Os animais, 
Os vegetais, 
Objetos inanimados, metais, etc., etc. 

O filósofo italiano menciona, na obra citada, extraordinários fenômenos de psicometria por meio do contato com a pena de um pombo, o galho de uma árvore, um pedaço de carvão ou de barro.

Poder-se-á indagar: E se o objeto psicometrado teve, no curso dos anos, diversos possuidores? Com a vida de qual deles o médium entrará em relação?

Explica Bozzano, com irresistível lógica, que o médium entrará em relação com os fatos ligados àquele (possuidor) cujo fluido se evidenciar mais ativo em relação com o sensitivo. A esse aspecto do fenômeno psicométrico, Bozzano denominou de «afinidade eletiva».

Pela psicometria o médium revela o passado, conhece o presente, desvenda o futuro.

No tocante à relação com o passado e o presente, qualquer explicação é desnecessária, uma vez que a alínea «a» nos dá satisfatória resposta: o objeto, móvel ou imóvel, impregnado da influência pessoal do seu dono, conserva-a durante longo tempo e possibilita o recolhimento das impressões.

E quanto ao futuro?
Devemos esperar essa pergunta.

Aos que a formularem, recomendamos a leitura da alínea «b». Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor, mediante a relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium.

Essa resposta pede, todavia, um complemento explicativo. Ei-lo:

Toda criatura humana tem o seu Carma, palavra com que designamos a lei de Causa e Efeito, em face do qual, ao reingressarmos «nas correntes da vida física», para novas experiências, trazemos impresso no perispírito - molde do corpo somático - um quadro de inelutáveis provações.

A nossa mente espiritual conhece tais provações e permite que o psicômetra estabeleça relação com essas vicissitudes, prevê-las, anunciá-las e, inclusive, fixar a época em que se verificarão.

Como vemos, não há nisso nenhum mistério. E' como se o sensitivo lesse, na mente do possuidor do objeto, o que lá já está escrito com vistas ao futuro.

Tudo muito simples, claro e lógico. Nenhum atentado ao bom-senso.

Apesar de os diversos temas mediúnicos nos terem levado, algumas vezes, a certas explicações de natureza por assim dizer «técnica», elucidativas do mecanismo dos fenômenos, não é este, todavia, o objeto fundamental do livro que procuramos escrever, mais com o coração do que com o cérebro.

Desejamos dar aos assuntos mediúnicos feição e finalidade evangélicas.
A nossa intenção é de que este trabalho chegue aos núcleos assistenciais do Espiritismo Cristão por mensagem de cooperação fraterna, de bom ânimo para os desiludidos, de esperança para os que sofrem, de reabilitação para os que rangem os dentes «nas trevas exteriores»...

Assim sendo, compete-nos extrair, das considerações expedidas em torno de tão belo quão admirável tema - Psicometria -, conclusões de ordem moral que fortaleçam o nosso coração para as decisivas e sublimes realizações na direção do Mais Alto.

O conhecimento da psicometria faz-nos pensar, consequentemente, nos seguintes imperativos :
Não nos apegarmos, em demasia, aos bens materiais.

Palácio de Versailles, Paris, França
 

Combatermos o egoísmo que assinala a nossa vida, com a consequente diminuição das exigências impostas a familiares, amigos e conhecidos. 

Em capítulo precedente tivemos ensejo de relacionar o fato daquela senhora que, desencarnada havia muito, «não tinha força» para afastar-se do próprio domicílio, ao qual se sentia presa pelas recordações dos familiares e dos objetos caseiros.

Em «Nos Domínios da Mediunidade», no estudo da psicometria, temos o episódio de uma jovem que, há cerca de 300 anos, acompanha um espelho a ela ofertado por um rapaz em 1700.

Vamos trazer para as nossas páginas parte do relato de André Luiz, a fim de colocarmos o leitor em relação com a ocorrência.

A narrativa é de André Luiz, quando em visita a um museu:

Avançamos mais além.

Ao lado de extensa galeria, dois cavalheiros e três damas admiravam singular espelho, junto do qual se mantinha uma jovem desencarnada com expressão de grande tristeza.

Uma das senhoras teve palavras elogiosas para a beleza da moldura, e a moça, na feição de sentinela irritada, aproximou-se tateando-lhe os ombros.»

Acrescenta André Luiz que, à medida que os visitantes encarnados se retiravam para outra dependência do museu, a moça, que não percebia a presença dos três desencarnados, mostrou-se «contente com a solidão e passou a contemplar o espelho, sob estranha fascinação».

Com a mente cristalizada naquele objeto, nele polarizou todos os seus sonhos de moça, esperando, tristemente, que da França regressasse o jovem que se foi...

Gravou no espelho a própria vida...

E enquanto pensar no espelho, como síntese de suas esperanças, junto a ele permanecerá.

Exemplo típico de fixação mental.

Relativamente a pessoas, o fenômeno é o mesmo.

Apegando-nos, egoística e desvairadamente, aos que nos são caros ao coração, comemos o risco de a eles nos imantarmos e sobre eles exercermos cruel escravização, consoante vimos no capitulo «Estranha obsessão».

Enquanto os nossos sentimentos afetivos não assinalarem o altruísmo, a elevação, a pureza e o espírito de renúncia peculiares ao discípulo sincero do Evangelho, o nosso caminho será pontilhado das mais desagradáveis surpresas, estejamos na libré da carne ou no Mundo dos Espíritos.

Amar sem idéia de recompensa ; ajudar sem esperar retribuição; pensar nos próprios deveres com esquecimento de pretensos direitos; servir e passar - EIS O ELEVADO PROGRAMA que, realizado na medida das possibilidades de cada um, constituirá penhor de alegria e paz, felicidade e progresso, neste e no plano espiritual.

Reconhecendo, com toda a sinceridade, a nossa incapacidade de, por agora, executar tal programa, forte demais para a nossa fraqueza, podemos, contudo, esforçar-nos no sentido do gradativo afeiçoamento a ele, considerando a oportuna advertência de Emmanuel:
«Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as claridades sem vacilar.»

Ainda Emmanuel recorda que «as afeições familiares, os laços consangüíneos e as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma, quando a criatura se eleva no altar do sentimento superior ; contudo, é razoável que o Espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias».

«O equilíbrio é a posição ideal.»

«A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.»

Colocando Jesus Cristo no vértice das nossas aspirações, aprenderemos, com o Bem-aventurado Aflito da Crucificação, a amar sem exigências, a servir com alegria, a conservar a liberdade da nossa mente e a paz do nosso coração.

Aceitando-o, efetivamente, como Sol Espiritual que aquece, com o seu Amor, desde o Princípio, a Terra inteira, a ninguém escravizaremos.

E a única escravização a que nos submeteremos será à do dever bem cumprido...

Retirado de Estudando a Mediunidade - FEB

20 maio, 2011

Importância


Google - Martha Graham from Ryan J Woodward on Vimeo.


Na vida, nada vale tanto
o que temos nem tanto
importa o que somos.
Vale o que realizamos
com aquilo que possuímos
e, acima de tudo, importa
o que fazemos de nós.

Emmanuel

Compaixão e Caridade

"Amar a Deus sobre todas as coisas e fazer ao próximo o que gostaríamos que ele nos fizesse é o sublime resumo da Lei de Amor Universal."

Citações I

"Eu chamo de bravo aquele  que ultrapassou seus desejos e não aquele que venceu seus inimigos, pois o mais duro das vitórias é a vitória sobre si mesmo." Aristóteles






"A fraternidade realiza milagres. O pensamento é o dínamo da vida: bom ou mau, culmina sempre por alcançar aquele que se lhe torna receptivo e a quem se dirige." Victor Hugo

19 maio, 2011

Seja Feliz

Eis uma ordem preciosa: seja feliz! Quantas vezes dizemos isso uns aos outros, desejando, intensamente, que se torne realidade?

Em verdade, cada um de nós deveria ter como meta, em sua vida, ser feliz.

Quase sempre, criamos infelicidade para nós mesmos, através de nossas atitudes.

E, no entanto, nunca se falou tanto, como na atualidade, em ser feliz, em conquistar valores positivos. Parece ser a tônica do momento.

Parece que as pessoas estão descobrindo o propósito da Divindade para conosco.

O mundo não é um local onde nascemos para sofrer, embora o sofrimento possa fazer parte de nossas vidas.

Não é um local onde viemos somente para nos esfalfarmos em conquistas materiais, mesmo que necessitemos trabalhar para nos sustentarmos, para adquirirmos certo conforto.

O importante é se ter a certeza que podemos melhorar muito nossa qualidade de vida, se desejarmos.

Vejamos algumas dicas.

Não se preocupe, em demasia. Quem se estressa o tempo todo, pode desencadear problemas cardíacos. E não consegue ver o lado bom das coisas.

Concentre-se e termine. Isto é, faça uma coisa de cada vez. Termine uma tarefa e depois passe para a seguinte.

Não queira fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

O Mestre de Nazaré há mais de dois milênios, prescreveu que a cada dia bastam as suas próprias preocupações. 

Mande a raiva embora. Ela faz as artérias se contraírem, a taxa de batimentos cardíacos disparar e deixa o sangue mais grosso e fácil de coagular.

Quando tiver que enfrentar alguma situação exasperante, conte até dez. Isso faz o cérebro passar da emoção para o pensamento racional.

Respire fundo. Pense e não reaja.

A Sabedoria Nazarena prescrevia que perdoássemos aos nossos inimigos.

Cuide do lado espiritual. Você pode participar de determinada religião, exercitar a sua fé. Ou pode meditar passar algum tempo sozinho, prestar serviços a uma boa causa.

Lecionava Jesus: Amai o vosso próximo como a vós mesmos.

Controle as imagens do cérebro. Não exagere nas observações e não alimente idéias negativas.

Não alimente a sua carga emocional com pensamentos como: Esse emprego vai me matar.

Sorria. Ria. Ouça música alegre. Isso relaxa os vasos sanguíneos e aumenta o fluxo do sangue. Seu corpo se sentirá melhor.

Recomendava o Nazareno: Alegrai-vos...

Alimente a sua mente com coisas positivas. Escolha leituras que lhe façam bem, que o motivem à serenidade, a reflexões altruístas.

Sábio foi o Mestre Jesus nos conclamando a que tivéssemos vida e vida em abundância. Isto quer dizer, qualidade de vida, que contempla o espiritual, o emocional, o físico.

Pensemos nisso e alteremos nossa forma de nos conduzir nesta Terra. Em pouco tempo, sentir-nos-emos mais leves, felizes, tudo olhando com as lentes positivas de quem está disposto a contribuir para a paz do mundo que, sempre, começa na nossa própria intimidade.

18 maio, 2011

NÃO DESISTA DO BEM


S
eja qual for a dificuldade, persevera no bem.
Fracasso é lição.
Dor é porta de acesso a esferas superiores.
Quem te agride não te conhece por dentro.
Os que te desprezam, desconhecem tua essência.
Pensa no bem e esquece o mal.
Rompe as algemas que te atam ao pessimismo.
Mentaliza o progresso e abraça a tarefa nobilitante.
O tempo tudo encaminha e a tudo corrige.
Entra no clima da prece cincera, em cuja atmosfera ouvirás a voz do Mais Alto.
Segue para a frente, confiando em Deus e em ti.
A felicidade do amanhã começa no pensamento que cultivares agora.
Abraça o ideal elevado, entregando-te ao bem possível.
No final, a vitória será sempre do amor.
Livro "A Mensagem do Dia" - Scheilla

As Caixas

TENHO EM MINHAS MÃOS DUAS CAIXAS QUE DEUS ME DEU PARA GUARDAR.
- COLOQUE TODAS AS SUAS TRISTEZAS NA CAIXA PRETA E TODAS AS SUAS ALEGRIAS NA DOURADA.
EU ENTENDI SUAS PALAVRAS E, COLOQUEI NAS DUAS CAIXAS, TANTO MINHA ALEGRIAS QUANTO MINHAS TRISTEZA, GUARDEI.
MAS, EMBOTA A DOURADA FICASSE CADA DIA MAIS PESADA, A PRETA CONTINUAVA TÃO LEVE QUANTO ANTES.
CURIOSO, ABRI A PRETA.
EU QUERIA DESCOBRIR O PORQUÊ, E VI NA BASE DA CAIXA UM BURACO PELO QUAL MINHAS TRISTEZAS SAIAM.
MOSTREI O BURACO A DEUS E PENSEI ALTO:
“ GOSTARIA DE SABER ONDE MINHAS TRISTEZAS PODEM ESTAR... “
ELE SORRIU GENTILMENTE PARA MIM E DISSE:
- MEU FILHO, ELAS ESTÃO AQUI COMIGO!
PERGUNTEI:
- DEUS, POR QUE DEU-ME AS CAIXAS?
POR QUÊ A DOURADA INTEIRA E A PRETA COM O BURACO?
- MEU FILHO, A DOURADA É PARA VOCÊ CONTAR SUAS BÊNÇÃOS. A PRETA É PARA VOCÊ DEIXAR IR EMBORA SUAS MÁGOAS E TRISTEZAS...
LEMBRE-SE SEMPRE DE GUARDAR SEUS MOMENTOS MAIS FELIZES E DEIXAR IR EMBORA AS TRISTEZAS !!!

14 maio, 2011

A palavra humildade


Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?

Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.

O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.

Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.

A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.

A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.

O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.

O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.

Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões.

Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.

A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.

Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.

A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.

Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser".

A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.

O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "eu faço o meu trabalho".

Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo".

A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.

A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.

Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.

O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.

Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas ideias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.

Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.

...

Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?

É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.

Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

13 maio, 2011

Aja com calma

Foto-Fabiano Gutierres
Não se deixe consumir pelas excitações e nervosismos desses dias tão agitados. Procure fazer tudo com calma. 
É compreensível que num tempo em que ainda se afirma que tempo é dinheiro, você tenha os ímpetos comuns da época, quais sejam os de ganhar e ganhar, temendo as necessidades futuras. 
É justificável que você corra de um lado para outro, na busca dos bons negócios, da conquista de melhores mercados, na busca, enfim, dos lucros.
 É admissível que você não tenha tempo para se alimentar devidamente, para repousar um pouco, para meditar ou para orar. Entendemos, meu irmão e minha irmã, que cada um dos seus negócios ou cada uma das suas ocupações lhe exija atenção e envolvimentos especiais.
Entretanto, vale a pena não esquecer que tudo isso é secundário para a vida da alma, porque tudo isso vai ficar sobre o pó do mundo. Foi Jesus que nos recomendou não nos atormentássemos pela posse do ouro e que, a cada dia, já bastam seus problemas. 
Então, devemos pensar que o corpo físico nos é emprestado enquanto estamos no planeta com os divinos objetivos do progresso espiritual.
Compreendamos, pois, que a calma deve se tornar companhia e conselheira dos nossos dias terrenos, ensinando-nos a fazer tudo com moderação, procurando vincular a mente ao psiquismo celeste, a fim de que não convertamos em tormento e destruição o que deveria ser fonte de vida e de alegria: o tempo. Aja sempre com calma, para que tenha tempo de pensar bem sobre tudo e de agir bem em tudo que faça. Alimente-se o mais corretamente possível, preservando o corpo que o ajuda tanto. 
Dê ao seu corpo e à mente alguns momentos de repouso, para manter a necessária sanidade. Encontre um tempinho, alguns poucos minutos que sejam, para meditar sobre a sua realidade no mundo, sobre o que é que Deus espera de você, e ore
Procure sintonizar com seu anjo guardião, com os nobres mentores da vida, pelo menos ao iniciar um novo dia de atividades. Essas providências, ao mesmo tempo em que lhe trarão calma, serão consequências para seu estado de calma. Com calma em seu cotidiano, você evitará as indisposições com terceiros, as irritações na via pública, a agressividade no trânsito da cidade, bem como os estresses desnecessários dentro do lar. Com calma você entenderá cada ocorrência a sua volta e cada pessoa em seu caminho. Nada você perderá pelo uso da calma em sua trajetória humana, pois, longe de alimentar-se da ideia materialista de que tempo é dinheiro, você começará a pensar que, fundamentalmente, tempo é oportunidade, e que você deverá aproveitá-la para o melhor.
Mesmo que deixe de lucrar algumas poucas moedas, no jogo enlouquecido das competições, você conquistará harmonia e saúde, a fim de prosseguir na rota da felicidade que tanto deseja. Seja qual for a situação cotidiana que o convide à ação, à tomada de atitude, faça-o com calma, com muita calma, e aguarde os resultados excelentes em clima de paz.


             * * * 
A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 7, do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

11 maio, 2011

Citações - Friedrich Schiller

Wurzburg, cidade na Baviera, Alemanha
Só aqueles que têm a paciência de fazer
as coisas simples com perfeição,
são aqueles que adquirem a capacidade de fazer
as coisas difíceis com facilidade. 

Friedrich Schiller(1759-1805), Poeta, filósofo e historiador alemão 



Na chamada beneficiência menor, estão os agentes indispensáveis à edificação da caridade, porque, em se atendendo às pequeninas grandes dádivas, é que aprenderemos a distribuir as grandes dádivas, na seara do bem, como se fossem pequeninas.
 Pelo Espírito Emmanuel, Chico Xavier.

No trigal

Vincent Van Gogh, "Wheat Field with Crows"

Narra uma lenda judaica que dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo. 
Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina. 

Na sequência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera. Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade. 

O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verder. 
Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha. 
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado. Então ambos entenderam o trabalho do semeador. 

Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar.
O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via: 
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro. 

E voltou para a cidade, fugindo do campo. 
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viuo levar o trigo para o celeiro. 
Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento. 
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador. 

Muitos de nós somos como o irmão impaciente da lenda. Não aguardamos o tempo nem os resultados e julgamos Deus pelas aparências. Pelo imediatismo. 
Do plano terreno, que se assemelha a um vale muito grande, não conseguimos ter a visão ampliada da totalidade, nem constatar a sabedoria do plano divino. 

Deus tudo realiza com justiça, misericórdia e amor. 

Cabenos cultivar a paciência e buscar a montanha da meditação, da instropecção, para lhe descobrir a grandeza. 
Na natureza encontramos a obra de Deus. Sua presença se manifesta em todas as coisas. 
Onde quer que nos encontremos, com quem estejamos, Deus está conosco. 

Sem o amor de Deus que a tudo concede vida, o mundo seria um caos.

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