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29 outubro, 2010

Índice de suicídios no Brasil é problema de saúde pública, diz especialista

Le Cimetière du Père-Lachaise Paris, França
Jornal Folha de São Paulo, 29 de outubro de 2010  -  Guilherme Genestreti

No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais. 

"A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado", afirmou à Folha de São Paulo.

Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: "O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio".

Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: "São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool."

Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: "Aqui não vale a máxima do 'cão que ladra não morde'. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério".

ESTRATÉGIA
O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.

Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual --mero encaminhamento a um serviço de saúde-- e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.

Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual."O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela", diz.
Associação Brasileira de Psiquiatria


(...)A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, enfim, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a fraqueza moral. E quando vemos homens de ciência, que se apóiam na autoridade de seu saber, para tentar provar aos seus ouvintes ou leitores que eles nada têm a esperar depois da morte, não os vemos tentando convencê-los de que, se estão infelizes, não há nada melhor a fazer do que se matarem? O que eles poderiam oferecer-lhes? Que esperança poderiam propor-lhes? Nada, além do nada! Do que se pode concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale nele atirar-se logo do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.(...)
Com o Espiritismo, não sendo mais permitida a dúvida, muda-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em outras condições, inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que afastam, naturalmente, a idéia de suicídio. É, em suma, a coragem moral.
 Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."

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