“A sua pá ele a tem na mão e limpará
completamente a sua eira; recolherá o
trigo no celeiro e queimará a palha em
fogo inextinguível.” (Mateus, 3:12.)
A João Batista pertence o texto sob exame, ao dar testemunho do Cristo, depois de pronunciar as seguintes palavras: “Já está posto o machado à raiz da árvore que não dá bom fruto, que será cortada e lançada ao fogo.”
A pá, nas mãos do Senhor, compreende o poder e a autoridade com que cura o enfermo, presidindo o mundo e o destino dos seres que o habitam nas diversas dimensões.
Nas mãos do homem, a pá compreende instrumento de trabalho com que efetua a própria evolução, recolhendo as provisões dos valores espirituais, simbolizados no trigo, no alforje do coração.
A provisão do trigo, simbolizando o pão do espírito, é indiretamente mencionada por Jesus antes da prisão, revelando o início das atividades apostólicas: “Agora vos digo: Quem tem bolsa tome-a, como também o alforje.” (Lucas, 22:36.)
Emblema da imensa eira, o mundo compreende o pátio onde o trigo, sob a ação do malho — tempo, trabalho e sofrimento —, separa-se das impurezas que procedem da primitividade, simbolizando, igualmente, o tanque de siloé, onde o espírito, mediante o processo das reencarnações, por inúmeras vezes, desce no encalço da visão espiritual e intelectual, de onde se afasta depois de alcançá-las.
Ratificando a primeira versão, a pá compreende, ainda, processo de limpeza da eira dos corações, seja mediante o sofrimento de variadas extensões, seja no processo seletivo a ser imposto aos seres que desprezam a orientação evangélica.
Com o sofrimento classificado por evolução, prova ou resgate, ainda que mediante o degredo em planos inferiores do Universo, Jesus confere limpeza moral à eira que compreende a Terra e ao mundo íntimo dos seres que nela irão permanecer.
Símbolo do homem moralmente inferior, a palha ou a árvore que não dá bom fruto traduzem combustível ao fogo, admitido por inextinguível, por se considerar também extinto o império do anticristo, a ser exilado em planos inferiores à Terra.
A palha, como emblema das ilusões ou das aparências, compreensiva em suas origens por proteger o trigo, não se justifica na lavoura do homem civilizado, considerando desenvolver-se na proporção da inteligência e do raciocínio, principalmente quando o terreno do coração é fecundado pelo adubo do orgulho, do egoísmo, da ambição e da avareza.
EIRA( (do latim área, pedaço de terra) é um espaço plano com um chão duro, de dimensões variáveis, onde os cereais, eram malhados e peneirados, depois de colhidos, com vista a separar a palha e outros detritos dos grãos de cereais).
Livro Respigas de Luz João J. Moutinho-FEB
"Junte-se a nós neste ideal: divulgue o Espiritismo."
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