É o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento do espírito; um "sub-produto" do instinto de conservação, um princípio que foi colocado no homem para o bem, porque sem "sentimento de valor pessoal" e a "necessidade de estima" não encontraríamos motivação existir e não formaríamos um autoconceito de dignidade pessoal.
O problema não é o sentimento de orgulho, mas o descontrole de seus efeitos. No atual estágio de aprendizado, ainda não temos plena capacidade de controlá-lo. Ele está presente em quase tudo o que fazemos.
Isto o torna uma paixão ou, como dizem os bondosos Guias da Verdade, "o excesso de que se acresceu a vontade". Conceituemo-lo, como uma paixão crônica por si mesmo, impropriamente denominado como "amor próprio".
A esse respeito afirma Allan Kardec: "Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como consequência um mal qualquer".
Seu principal reflexo na vida interior dá-se no departamento mental da imaginação, no qual está armazenada a "matriz superdimensionada" da imagem que fazemos de nós.
A partir dessa matriz, que tem "vida própria" como uma "segunda personalidade", processa-se e dinamiza-se todo um complexo de valores morais e afetivos que regulam a rotina de boa parte das operações psíquicas e emocionais do ser, determinando atitudes, palavras, escolhas, aspirações e gostos.
A vaidade e a indiferença, o preconceito e a presunção, o desprezo e o MELINDRE, a pretensão e a inveja são alguns reflexos inevitáveis desse "estado orgulhoso de ser" nas ações de cada dia.
E o conjunto de hábitos derivados desses reflexos formam o que chamamos de PERSONALISMO - o estado de supervalorização do EU.
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Arc de Triomphe, Paris, França |
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